Na vida muitas coisas se amontoam,
basta mudar de cidade para chegar a essa conclusão. A verdade disso é que
chegamos na China com duas malas de vinte e três quilos e estamos indo embora
com quatro malas de trinta e dois quilos, duas malas de mão de dez quilos, duas
mochilas e algumas coisas que ficaram para trás.
De fato, existem algumas coisas que
gostamos que nem sempre podemos levar e algumas outras que achávamos
importantes, mas que não são tanto assim. Arrumar as malas é um seletar daquilo
que realmente é fundamental.
As mudanças repentinas que de vez
em quando a vida promove nos levam a este arrumar das nossas prioridades. Nos
armários da consciência ou nas gavetas da alma, existem um amontoado de coisas,
momentos e pessoas, que não cabem na bagagem existencial e precisam ficar para
trás, virar passado.
O tempo acumula muita coisa. Chega
um momento em que é necessário mudar, arrumar as malas, reciclar ideias, deixar
coisas para trás e começar uma nova caminhada.
Estamos indo embora amanhã
carregado de novas histórias, ideias, percepções e aprendizados. Chegamos
vazios e estamos voltando cheios.
As pessoas que aqui encontramos
preencheram nossas bagagens. Agradecemos a Deus por elas. Estamos indos embora
cheios, no entanto, plenamente convictos que dentro em breve estaremos nos
esvaziando. Ficará em nós somente aquilo que foi fundamental e divino.
Os chineses foram uma escola e a
China uma Universidade.
Com amor,
Carlos Bertoldi e família
Causeway Bay, Hong Kong 11/05/2013 13;02
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