Foi maravilhoso sentir aquilo. Em
nenhum momento desejei que ele soubesse que por trás da sua aparente força
estavam meus braços. Não revelei a ele que minhas mãos estavam movendo aquele
portão. Fiquei feliz somente em saber que ele estava empenhado em fazer e feliz
em conseguir.
Eu senti Deus naquele instante em
minha vida.
Percebi então que, Deus está para
mim em minha vida, como eu estou para meu filho naquele portão. São as suas
mãos que desemperram, movem, realizam, empurram. Quando então, olho para o alto
e desejo mostrar para Deus algo que acredito ser um grande feito, ele apenas
sorri dizendo: “viu só, você consegue meu filho!”
Eu poderia empurrar aquele portão
sozinho. Deus poderia fazer o mesmo com o Universo. A ajuda do meu filho era
desnecessária. A minha participação no infinito de Deus é ridícula. No entanto,
a maior alegria de um pai é ter o filho próximo, participante, alegre.
Eu abro portões a minha vida
inteira. Poderia continuar abrindo sem a ajuda de ninguém. Mas ver a alegria do
meu filho em participar comigo tornou aquele momento especial e digno de ser
fotografado em minha memória.
Estou emocionado em escrever estas
palavras. Meus olhos se enchem de lágrimas em saber que Deus é Pai, e me faz
participante dele neste Planeta que, para Ele pode ser apenas um portãozinho
insignificante, mas para mim é um mundo extraordinário, cheio de portas e
portões, pelos quais sem Ele nada é possível acontecer.
Um dia, meu filho pode acreditar
ter “forças” para empurrar os portões de sua vida. Anseio que isto nunca
aconteça. Desejo que ele se enxergue fraco e pequeno para sempre, pois assim, será grande e forte de fato. Ele compreenderá, na medida em que caminhar, que nada nesta vida é realizada pela força
do braço de um homem, mas pelo poder de Deus manifestado pelo amor.
Em um mundo onde somente os forte sobrevivem, reconhecer fraqueza é a mais profunda manifestação de fé, devoção e convicção no Deus que não somente abre as portas, mas é A PORTA.
Com amor,
Carlos Bertoldi
Curitiba – água verde 14:43
23/11/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário