quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A aranha e o macaco


 
 
É fato, que qualquer fala, gesto ou expressão que envergonhe um ser humano quer seja em seu íntimo ou publicamente é algo que traz dor, constrangimento. Não é engraçado, nem bonito, além de não gerar vida, nem alegria.
Aquele fato com o goleiro Aranha mostra mais do que uma simples jovem com conceitos deturpados. Revela a cultura de um futebol e porque não, de uma sociedade em decadência. Manifesta a pobreza de uma mentalidade, de um povo e de uma geração que perde de sete para muitas outras coisas além da Alemanha.

O comportamento dos torcedores de futebol é culturalmente sem consciência, sem amor, sem graça. É uma expressão da sociedade mal educada que encontra no futebol respostas para suas carências.

Acho interessante, no entanto, ressaltar algo importante. Aprendi, quando meu filho nasceu que, não basta evidenciar seus pequenos erros, é preciso apontar para a direção certa.

Os grandes lideres que lutaram em prol de uma sociedade mais justa e humana se concentraram não somente em falar dos problemas, mas em mostrar uma solução.
Prestar queixa é um direito do cidadão, mas perdoar é ensinar como se deve viver. Indignar-se é a natureza do homem, mas perdoar é apontar para um futuro de paz.

O goleiro pode ganhar esta causa, mas perdeu a oportunidade de mudar uma história. Foi-se a ocasião perfeita de mostrar para a ignorância a grandeza da misericórdia.

Justificado no mal que lhe atingira, o aranha preferiu se envolver nas teias do erro alheio do que se concentrar nas virtudes do seu próprio coração.
Nesta história entre aranhas e macacos, o que restou foi muito mais o veneno ressentido de um aracnídeo do que qualquer expressão de bondade de um macaco.

O mal se vence com o bem.

Sem pré-conceitos e com muito amor,
Carlos Bertoldi 11/09/2014

Curitiba-Paraná