Os gays estão marchando em busca dos seus direitos e aos
poucos está acontecendo uma revolução homossexual. Embora eu ainda não tenha
entendido dois homens, ou duas mulheres se beijando, acho que o mundo se revela
muito mal e injusto para espiritualizar os homossexuais como filhos das trevas.
Talvez os gays canalizem uma raiva e um descontentamento que deveria ser
direcionada para outro lugar. Não há como negar que o homossexualismo é um
comportamento que destoa a natureza das coisas. Homens não engravidam. O homem e a mulher são biologicamente desenhados um para o outro.
Os cromossomos X e Y comprovam essa realidade. Entretanto, ainda não existem
muitas explicações biológicas para alguns temperamentos, pensamentos e
principalmente, sentimentos. A liberdade nos proporciona escolhas e a opção sexual
faz parte deste contexto. Alguns são depravados e parecem desejar que o mundo
conheça sua escolha sexual, mas outros são apenas pessoas que desejam viver,
trabalhar e ser feliz.
Acho que a religião deveria se preocupar mais com suas
batinas e púlpitos que estão assolados de depravados e mercenários do que
tentar travar uma guerra contra o homossexualismo. Este comportamento humano
vai existir, resistir e fazer parte da nossa sociedade. A questão não é rejeitar,
mas compreender. A luta da igreja neste momento deve ser contra ela mesma. Contra
seus próprios misticismos, contra seus desvios morais e principalmente seus
interesses financeiros, comerciais e de estado. Nós deveríamos aprender com
Jesus. Amar as pessoas com lepras ou virtudes. Talvez a maior necessidade humana
deste momento seja combater nossas próprias hipocrisias religiosas, nossas
mentiras falseadas pelos olhos fechados com orações decoradas do que qualquer
comportamento mundano. Eu tenho fobia aos pastores que enganam e roubam aos
puros de coração. Tenho fobia, e muita, dos padres que deveriam proteger e
ensinar as crianças, mas usam sua batina para roubar a alegria dos pequeninos.
Se realmente estivéssemos tão perto de Deus quanto imaginamos não seriamos tão
enganados pelas batinas, crucifixos, paletós e microfones.
A grande verdade é que poucas vezes o homem escolheu para si
uma causa justa e realmente divina para defender. Ontem nossos jovens foram
torturados e mortos por causa da ditadura, hoje eles estão lutando pela liberação
da maconha. Enquanto alguns batem em meninos afeminados, outros choram por
causa de um time de futebol. Devem existir causas mais nobres e mais
importantes para defendermos.
Teremos que aprender a conviver com esta nova realidade do mundo.
Certo ou errado ela vai existir e fazer parte dos nossos dias. Assim como os
gays devem ter um comportamento adequado sem precisar desesperadamente
demonstrar sua opção sexual contrária com gritos e roupas ridículas, nós
devemos respeitá-los como cidadãos e pessoas que tem direito a felicidade. Se
não houver admiração, deve haver respeito, e esta é uma forma divina de amar
aquilo que não podemos compreender profundamente.
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