quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A feliz-cidade


 

As crianças sabem desenhar a feliz-cidade. Com algumas retas, uma casinha com chaminé. Uma arvore ao lado, uma família de mãos dadas e pronto. Nada mais é preciso.  

A essência da felicidade infantil é a união. Talvez, umas das primeiras convicções humanas que permeiam nosso intelecto seja o senso da necessidade da família. As crianças nascem sabendo aquilo que os adultos precisam estudar para entender.

As mãos dadas é que geram sentido para o sol atrás das montanhas, para as cores das pétalas das flores.  Mande uma criança desenhar sua felicidade e lá estará sua família. A feliz-cidade é um lugar onde as montanhas são apenas cenários, não enormes obstáculos. A feliz-cidade é dar a mão, é dar vida, é dar amor, é dar atenção.

As crianças são professores. Nós seus aprendizes. Em seus desenhos tão rabiscados revelam toda nossa estupidez. Se os adultos desenhassem a alegria, faltariam pessoas, sobrariam coisas. Tudo seria abstrato, impossível de descrever. Tudo seria egoísmo, difícil de explicar.  

A feliz-cidade é ter mãos dadas com alguém. A triste-cidade é ter mãos, mas não ter o alguém. Os desenhos infantis rabiscam nossa insensatez, desdenham da nossa ignorância, porque largamos as mãos para ter as coisas, e no fim, tentamos usar as coisas para reatar as mãos.

Deus nos ajude!

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