quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Era uma vez...


Era uma vez um homem que no desejo de ter tudo, acabou não sendo nada.

Pobre homem. Procurava a riqueza em meio a mudez das coisas. Procurava o poder no abstrato das moedas.

Pobre homem. Ante a sua felicidade promoveu infelicidades. Para ter suas alegrias, gerou tristezas.

Pobre homem. Ganhou terrenos, perdeu pessoas. Ganhou carros, perdeu abraços.

Pobre homem, porque perdeu a riqueza dos sentimentos.

Pobre homem, porque não compartilhou o amor de quem verdadeiramente o amou.

Pobre homem porque seus bens são coisas.

Pobre homem porque sua herança não é a memória de suas histórias, mas seus bens, que na verdade foram seus maiores males.

Era uma vez um homem. Era porque nunca chegou a ser. 

Hong Kong, 31/01/2013
Causeway Bay  

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