Jesus agregou homens, a saber,
doze, para serem testemunhas do poder e da misericórdia de Deus. Após a morte
do Cristo, estes homens foram provas vivas das verdades, dos milagres, da morte
e ressurreição, e, principalmente, das Palavras de Jesus.
Depois de mais de vinte séculos e
de gerações e mais gerações de discípulos, dos discípulos, dos discípulos, dos
discípulos, é evidente que vivemos uma realidade histórica espiritual muito
diferente daquela relatada pelos testemunhos da Palavra de Deus. Os “olheiros”
de Cristo, outrora, falavam daquilo que haviam visto, ouvido e aprendido
através da vida do Cristo. Eles se demoravam em dizer das verdades de Jesus, do
amor de Deus e da revelação do Pai. A Palavra de Deus em todo seu escopo
divino, não se preocupa, nem perde demasiado tempo em asseverações a respeito
do que é mal, porque se deleita em falar daquilo que é bom, a saber, Cristo.
São raras as vezes que os autores falam de Satanás, pois Deus, na figura de
Jesus, é o centro da verdade, da Palavra, do verdadeiro discurso. Não existe
espaço para outro assunto no coração daquele que ama a Deus, senão falar das
suas maravilhas.
O testemunho de Cristo dos nossos
dias é bem parecido com o coração das testemunhas. Não passam de histórias
individuais de vitória pessoal, alcançada através da fé na fé, de boas obras e
sacrifícios pagãos em nome de Jesus. Com discursos hipnóticos e cheios de
emoção, centralizam suas mensagens na figura de Satanás, nas tragédias, nas
dores, nas traições. Durante grande parte da “novela gospel da vida real”, são
testemunhas de seus assassinatos, pactos demoníacos, mentiras e enganos. Vagueiam
por histórias fantasiosas, proporcionando que o pouco de verdade que possuem
sejam tragadas pelo show que produzem. As testemunhas de Jesus relatavam a
Cristo, e isto, bastava para que as pessoas fossem totalmente confortadas e
redirecionadas a uma vida de gratidão e piedade. Não acredito em grande parte
destes profissionais que ganham a vida falando daquilo que supostamente tenha
acontecido em suas vidas, porque se as misericórdias do Senhor se renovam todas
as manhas, as histórias também deveriam.
Os evangélicos promoveram uma nova
profissão, porque estão reduzidos a sentimentos. Odeiam as novelas da televisão,
mas no fundo, são apaixonados por histórias trágicas, cheias de traições e
mentiras. A Palavra de Deus não passará, mas
os testemunheiros sim. Para quem lê a Palavra e vive com entendimento o amor de
Cristo, estes novos profissionais da fé são apenas comediantes, ganhando a vida
em shows gospel de stand-up. Nas lonas deste circo evangélico, muitos outros
palhaços, momentos e unções surgirão. Existe espaço para eles.
Pouco existe em mim que possa ser
aproveitado por alguém. Sou apenas a conjugação do Verbo de Deus. “Convém que
Ele cresça, e que eu diminua”, pois o que dá sentido a vida ou na mais simples
frase, não é o adjetivo, mas o Verbo. As testemunhas sabiam disso, por isso, eram testemunhas, não comediantes.
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