Em um segundo sonhos se acabam. Literalmente um mundo desmorona transformando em noticia o anonimato da vida suburbana e difícil de uma centena de trabalhadores brasileiros. A politica nos empurrou para as margens e becos, para os morros e aterros. A corrupção e o desleixo vaidoso de nossos governantes permitem que todos os janeiros e fevereiros, nossas ruas se transformem em rios, os morros em cemitérios, as casas em destroços, e sonhos em tragédia.
Na metade do ano teremos que ver estas cenas em reprise, mas em Santa Catarina. Ouviremos nas margens plácidas de nossos rios, gritos de desespero. Brados retumbantes destes plácidos córregos irão lacrimejar nossos olhos. O raio vívido de esperança será tragado pela morte, pois nosso futuro parece não ter um céu formoso, nem tampouco risonho.
Estamos acabando com as florestas do nosso país e muito em breve nossa bandeira poderá facilmente trocar o verde das nossas matas pelo “laranja” de tantos corruptos. A culpa de tudo isso não é da natureza, muito embora nós não a conheçamos. A culpa dessas cenas absurdas e revoltantes são daqueles que nós conhecemos muito bem. Certamente eles estão de recesso ou de férias em algum lugar sem barrancos e barracos. Enquanto escrevo este texto existem alguns homens que estão sendo asfixiados. Ou estão debaixo de toneladas de terra, ou então, estão debaixo de uma carga tributária criminosa, de um serviço público estéril e de uma justiça ridícula. Neste Brasil, tudo me leva a crer que de qualquer forma morreremos tragicamente. Ou soterrados pela violência, ou imersos na burocracia, ou afogados nos juros, ou então asfixiados pela injustiça.
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