quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Qual é o nome de Deus?


Tenho ouvido muitas coisas a respeito de religiões modernas e pessoais. Passei um mês inteiro pensando sobre esse movimento contemporâneo que cria deuses ou restaura espiritualidades de civilizações de outrora. Não estudei sobre isso, apenas observei o tempo, as pessoas, as religiões e o mundo prático e real em que vivemos. Isto não é uma conclusão. Deve haver ainda mais algumas coisas a serem ditas, mas minha mente ainda não as descobriu. Para aqueles que desejam descobrir,  boa leitura. Para os religiosos acomodados, prefiro que parem por aqui.


Como o homem pode fundar um conceito que estabeleça ligação com um deus através das suas próprias ideias? Como poderia alguém poderosamente influenciado pelo cinema, apaixonado pelas roupas de marca, caricaturado com tatuagens e seduzido pela malícia, fundar um conceito divino correto e unicamente espiritual? Não seriam os deuses maiores do que os homens? A modernidade teria virado o jogo? Como poderia cada homem possuir seu próprio caminho até os céus, se o nosso entendimento espírito-religioso não passa de uma mistura de conceitos modernos de um mundo globalizado? Quem seriam os deuses das nossas religiões tão pessoais? Poderíamos chama-los de “espirito-dalidade”,“din-heiro”,“hautoestimma”,“sorthe”,“famma”,“hamuleto”, “super-tição” ou quem sabe “hennergia”...
Estamos no mais novo Olimpo do mundo moderno, e, embora não tenha sido a falta de homens religiosos que fez deste mundo uma bagunça, mas o excesso deles, as religiões crescem, se multiplicam, enriquecem e dominam a mente humana. Guerras “santas”, interiores, comerciais, estatais e sangrentas. Guerras de hipocrisia, de vaidade, de orgulho. As religiões possuem um caráter fraterno e de caridade, mas jamais conseguirão unir os homens através do amor e nada mais. As ferramentas do medo, do “você não pode nada”, ou então do, “você pode tudo”, sempre aproximaram mais o homem da instituição, é verdade, mas nunca de Deus.
E como pode agora, somente um homem reunir todos estes fragmentos ideológicos espirituais de todas as religiões dentro de um só coração? Como lidar com os “nãos” e “sins” que se contradizem em todo momento? Não sei... Mas esta tentativa moderna pode ser o reflexo de um descontentamento interior. Agregar todas as religiões pode ser uma desesperada demonstração de vazio com os seus próprios fundamentos religiosos. Saber um pouco de tudo nos deu a ousadia de criar suposições. Saber tudo de um pouco nos traria convicções. Estes dias de conhecimentos rasos possibilitou a criação de conceitos e possibilidades religiosas, que possam ser simples o suficiente para serem vividas de qualquer jeito, mas complexas o bastante para trazerem felicidade e conforto. Criar uma forma pessoal de encarar a Deus não passa de um protesto e uma singela demonstração que o homem está questionando as doutrinas humano-comerciais das religiões em um todo.
Pensemos em um mundo de religiões individuais espalhadas dentro de todos os homens. Isto não me cheira bem. Nós nunca soubemos lidar com diferenças. Se depois de milhares de anos ainda não alcançamos a paz das nossas próprias convicções do que seja Deus, porque então acreditaríamos que nossas ideias modernas conseguiriam? Hoje estamos semeando novas ideias cheias de certezas e sorrisos. Amanhã colheremos interrogações de quem achou que poderia traçar seus próprios caminhos até Deus. Experimentaremos os efeitos contrários sendo as próprias cobaias desta experiência. Esta geração saberá as consequências de suas superficialidades quando seus cabelos branquearem e suas esperanças diluírem. Quando o corpo definhado pela fraqueza da carne estiver diante do reflexo fúnebre da nossa essência frágil, então, neste dia nossas religiões ruirão.
Nesse momento descobriremos quem é Deus de fato. Ele imortal, nós mortais. Ele Rei, nós servos. Ele criador, nós meras criaturas. Ele poderoso, nós desobedientes. Ele pleno, nós em retalhos. Então veremos um Deus protagonista e um “eu” figurante, tolo. Veremos um Deus de amor e um “eu” envolvido em paixões. Veremos um Deus que criou os homens, e os homens tentando criar seu deus. Neste fim, talvez enegrecido pelo tempo, veremos Deus e não a religião. Neste fim, descobriremos que as pílulas místicas da religião eram de farinha, puro placebo. Perceberemos que Deus é muito maior, mais lindo, mais amoroso. Perceberemos também um Deus sem chicotes de um castigador, sem ordens esdrúxulas de um autoritário, sem a rigidez de um imperador, sem a triste e melancólica voz de um sacerdote, sem o metodismo dos pensadores, sem as algemas sistemáticas dos destinos, totalmente desvinculado da política, totalmente sem interesses financeiros comerciais. Veremos um Deus inteligente. Nossas “criações” divinas ficarão em cinzas, quando comparadas com a imagem do verdadeiro Criador. Neste fim, as névoas modernas sucumbirão diante da grandeza do Deus que jamais mudou, e que nunca mudará. Não adianta tentar...
Talvez a realidade humana então não seja criar um caminho, mas descobri-lo.

Eu encontrei o meu caminho, em uma verdade de vida chamada Jesus Cristo.

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