Estamos vivendo dias incrivelmente difíceis. Não sabemos ainda os efeitos deste momento no futuro, mas podemos dimensionar que não serão bons. A cada dia aumenta o número de crianças dentro dos consultórios médicos e psicológicos. Os pais ferem, não educam, não corrigem, maltratam e depois contratam alguém como se o defeito e o problema fossem da criança. O psicólogo é a saída perfeita para esta geração descartável que tem dificuldades de perdoar, de amar, de se comprometer. Nós, adultos, edificamos uniões e pensamentos, depois abrimos mão destas convicções. Neste meio tempo, nascem crianças, reféns de homens e mulheres que se apaixonaram, se emocionaram ou até mesmo, em raras exceções, se amaram.
Eu desafio o mundo com um pensamento. Crianças que são geradas em casamentos cuja perspectiva de vida é o amor, são felizes e saudáveis. Elas aprendem as coisas chorando ou rindo. Compreendem o ambiente de felicidade que estão inclusas desde o primeiro dia de suas vidas. Elas sabem discernir a tensão do franzir das testas ou a alegria do sorriso nos lábios.
Em dias que os pais querem dar o melhor para os seus filhos, repenso algumas coisas. Embora seja muito importante pagar uma escola cara e investir no futuro do pirralhinho, não existe possibilidade de criar um ser humano feliz e pleno sem oferecer para ele um lugar seguro para seu coraçãozinho.
Os pais estão ansiosos em oferecer as melhores coisas deste mundo para seus pequeninos, entretanto, quando o assunto é o coração, a alma e os sentimentos, as crianças estão morando em becos, viadutos e favelas. Não existe nada mais poderoso, pedagógico, terapêutico do que se relacionar em família com os princípios do amor que perdoa, corrige e olha nos olhos. Não existe nada mais milagroso e medicinal do que um pai que consegue enxergar seus próprios defeitos e luta para consertá-los. Eu desconfio que, se fizéssemos metade por nosso cônjuge do que estamos dispostos a fazer pelos nossos filhos, teríamos famílias mais felizes. Se realmente queremos o melhor para os nossos filhos, temos que aprender ser melhores maridos e elas, melhores esposas. Nesta matemática humana que enche os pirralhos de presentes o resultado é zero. Na balança, as crianças trocariam tudo que têm, para desfrutarem de um ambiente de felicidade, companheirismo e união.
Quem ama verdadeiramente é capaz de fazer qualquer coisa para o outro. Se não somos capazes de realizar esta máxima por nossos cônjuges deveríamos fazer por nossos filhos. Este amor que sentimos por nossos pequenos é estranho. Ele vive sem muitas dificuldades com a distância. Alguns ainda se orgulham de financiar os estudos. Precisamos repensar isto... A separação até é uma boa solução para os adultos, mas para os filhos, é apenas o começo de uma grande jornada de problemas. Esta forma de solucionar a vida é um tanto quanto intrigante. Ela resolve um problema criando outro. O divórcio pode ser uma opção, mas somente em último caso, do contrário todos deveríamos lutar pela união e pela convicção das nossas próprias palavras e sentimentos. Um casamento não se descarta, se recicla.
Você edificou para sua família um ambiente seguro e alegre ou uma favela, um beco, um viaduto? O que você oferece ao seu filho que o dinheiro não compra, não contrata? São esses valores sem preço que farão nosso futuro um tempo de homens cheios de certeza e convicção. Ao contrário disso, você dará para os seus filhos as melhores coisas e presentes. Dará a ele os melhores colégios e pagará as mais caras universidades. Mas no fim de tudo isso, num futuro ainda distante irá ressoar uma pergunta, ”onde foi que eu errei?” Para não sermos cativos deste discurso e desta interrogativa triste, talvez o melhor pensamento seja, “aonde será que estou errando?”.
Talvez esse gerúndio, seja a melhor forma de amar!
Pense nisso.
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