segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As crianças no consultório do psicólogo. Os pais no "fórum da família".



Estamos vivendo dias incrivelmente difíceis. Não sabemos ainda os efeitos deste momento no futuro, mas podemos dimensionar que não serão bons. A cada dia aumenta o número de crianças dentro dos consultórios médicos e psicológicos. Os pais ferem, não educam, não corrigem, maltratam e depois contratam alguém como se o defeito e o problema fossem da criança. O psicólogo é a saída perfeita para esta geração descartável que tem dificuldades de perdoar, de amar, de se comprometer. Nós, adultos, edificamos uniões e pensamentos, depois abrimos mão destas convicções. Neste meio tempo, nascem crianças, reféns de homens e mulheres que se apaixonaram, se emocionaram ou até mesmo, em raras exceções, se amaram.
Eu desafio o mundo com um pensamento. Crianças que são geradas em casamentos cuja perspectiva de vida é o amor, são felizes e saudáveis. Elas aprendem as coisas chorando ou rindo. Compreendem o ambiente de felicidade que estão inclusas desde o primeiro dia de suas vidas. Elas sabem discernir a tensão do franzir das testas ou a alegria do sorriso nos lábios.
Em dias que os pais querem dar o melhor para os seus filhos, repenso algumas coisas. Embora seja muito importante pagar uma escola cara e investir no futuro do pirralhinho, não existe possibilidade de criar um ser humano feliz e pleno sem oferecer para ele um lugar seguro para seu coraçãozinho.

Os pais estão ansiosos em oferecer as melhores coisas deste mundo para seus pequeninos, entretanto, quando o assunto é o coração, a alma e os sentimentos, as crianças estão morando em becos, viadutos e favelas. Não existe nada mais poderoso, pedagógico, terapêutico do que se relacionar em família com os princípios do amor que perdoa, corrige e olha nos olhos. Não existe nada mais milagroso e medicinal do que um pai que consegue enxergar seus próprios defeitos e luta para consertá-los. Eu desconfio que, se fizéssemos metade por nosso cônjuge do que estamos dispostos a fazer pelos nossos filhos, teríamos famílias mais felizes. Se realmente queremos o melhor para os nossos filhos, temos que aprender ser melhores maridos e elas, melhores esposas. Nesta matemática humana que enche os pirralhos de presentes o resultado é zero. Na balança, as crianças trocariam tudo que têm, para desfrutarem de um ambiente de felicidade, companheirismo e união.
Quem ama verdadeiramente é capaz de fazer qualquer coisa para o outro. Se não somos capazes de realizar esta máxima por nossos cônjuges deveríamos fazer por nossos filhos. Este amor que sentimos por nossos pequenos é estranho. Ele vive sem muitas dificuldades com a distância. Alguns ainda se orgulham de financiar os estudos. Precisamos repensar isto... A separação até é uma boa solução para os adultos, mas para os filhos, é apenas o começo de uma grande jornada de problemas. Esta forma de solucionar a vida é um tanto quanto intrigante. Ela resolve um problema criando outro. O divórcio pode ser uma opção, mas somente em último caso, do contrário todos deveríamos lutar pela união e pela convicção das nossas próprias palavras e sentimentos. Um casamento não se descarta, se recicla.
Você edificou para sua família um ambiente seguro e alegre ou uma favela, um beco, um viaduto? O que você oferece ao seu filho que o dinheiro não compra, não contrata? São esses valores sem preço que farão nosso futuro um tempo de homens cheios de certeza e convicção. Ao contrário disso, você dará para os seus filhos as melhores coisas e presentes. Dará a ele os melhores colégios e pagará as mais caras universidades. Mas no fim de tudo isso, num futuro ainda distante irá ressoar uma pergunta, ”onde foi que eu errei?” Para não sermos cativos deste discurso e desta interrogativa triste, talvez o melhor pensamento seja, “aonde será que estou errando?”.
Talvez esse gerúndio, seja a melhor forma de amar!

Pense nisso.

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