Acho que todos nós exageramos um pouco nas nossas histórias. Desconfio do tamanho das ondas nas histórias dos surfistas, do tamanho dos peixes nos contos de pescador, e do número de gols dos craques de fim de semana. Temos esta característica de aumentar aquilo que queremos que seja grande assim como diminuímos o resto das coisas que não nos interessam. Os interesses são a tangente dos nossos discursos e essa forma de falar nada mais é do que a maneira como olhamos as pessoas que estão a nossa volta.
Talvez passamos uma vida fazendo caricaturas. Usando o defeito dos outros para deforma-los numa resposta ao nosso desamor. Assim como nossas lentes de aumento se concentram no belo trazendo os motivos para as nossas paixões. O amor é uma escolha e não um conto de fadas. O amor não pode ser cego porque é com a sobriedade que decidimos por alguém, não pelos impulsos hormonais.
Dentro dessa realidade que não nos cega, é errado caricaturar as qualidades do outro sob pena de anular os defeitos e isso é muito perigoso, assim como jamais poderemos nos concentrar somente nas rugas de ninguém, sob efeito de estragar todas as qualidades restantes.
Alcançar um desenho humano e racional da vida é muito mais seguro do que caricaturar o mundo num lúgubre desejo de encontrar causas e efeitos. Enfim, nunca se esqueça, na realidade os narizes não são tão grandes assim...(nem as orelhas)
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