quinta-feira, 28 de abril de 2011

A parábola do semeador na prática

Eu ainda acho que a vida possui os maiores ensinamentos que o homem pode desfrutar, embora a literatura e as faculdades possam acrescentar muito em nossa caminhada.
Acredito nesta condição porque em cada cenário que se cria e se desfaz, existe algo divino e pedagógico. Se isto não fosse verdade Jesus não usaria experiências de sua infância e do seu dia a dia para falar a respeito do reino dos céus.
Desde a sementinha de mostarda, ou da uma mulher que faz um bolo e
coloca fermento, até os lobos, dos pardais, as moedas, as ovelhas perdidas, o sal, a pérola, a vinha, o joio e do trigo, e a candeia, Jesus usava as coisas mais simples do dia a dia para explicar as coisas mais excelentes para a humanidade.
Não tenho a pretensão de comparar algo com o reino dos céus porque não o conheço, mas não perco a oportunidade de aprender com as coisas mais simples desta vida.
Ontem, quem me ensinou foi um terreno rochoso e uma árvore caída. Ao olhar para aquele cenário logo me lembrei da tão conhecida parábola do semeador.
Minha memória refrescou porque as duas realidades, tanto a literal, quanto a metafórica, eram verdadeiras. 
Aprendi que um solo rochoso até é fértil o suficiente para fazer uma árvore crescer, mas não é bom o bastante para segurá-la de pé. 
Desconfio que vivemos esta realidade em nossas vidas. São tantas pedras no coração humano que aquilo que consegue brotar, não consegue suportar os ventos mais leves. Os relacionamentos estão superficiais não porque as pessoas queiram, mas porque não conseguem ultrapassar a grossa camada de pedras que existe em seu subsolo.
Superficialmente todos nós temos uma terra preta e aparentemente fértil, entretanto, o homem que possui um solo rochoso em suas profundezas jamais poderá ter uma árvore em seu jardim, terá que se contentar com as plantinhas pequenas. Na vida, os grandes relacionamentos e os grandes desafios requerem de nós um solo fértil, para que as raízes do nosso ser estejam na profundidade do amor e do conhecimento, e não na superficialidade perigosa da empolgação e do momento.
Nossa juventude se apaixonou por esta condição hipócrita de viver. Ela se entrega a superficialidade de uma transa, do sexo sem compromisso, de fumar um baseado, porque estas condições não os remetem a precisar cavar. Mais tarde encontram problemas em seus casamentos, porque o amor requer a profundidade da compreensão e da paciência. O amor precisa das profundezas do entendimento para sobreviver, e por isso, é mais confortável trocar de parceiro.
A relação do homem com Deus também foi contaminada pelas facilidades da modernidade, trazendo à superfície do nosso ser, aquilo que deveria estar nas profundezas da nossa alma. Estamos atravessando um momento que a fé se confunde com superstição, ritual e emoção, e isso não tem nada a ver com sobriedade, razão e entendimento. Esta fé religiosa e interesseira tomba a qualquer sinal de ventania. Esta fé é a fézinha da loto mania, e não é a força capaz de transformar a vida do homem e das pessoas que estão a sua volta.
Esta realidade que não requer do homem profundidade de conhecimento e sabedoria e não o coloca nas profundezas das práticas do perdão e do amor ao próximo, é apenas um amuleto, nada mais nada menos do que algo que possa dar sorte. Esta fé é um terreno perfeito para plantar grama, mas não é o lugar ideal para brotar o grão de mostarda. Esta semente que deveria nascer em nosso coração é de uma árvore grande, porque se o reino dos céus está dentro de nós, então certamente esta sementinha deveria não somente brotar em nosso coração, mas se desenvolver a ponto de muitos pássaros se aninharem em nossos galhos. 


Enfim, todos nós queremos edificar coisas grandes em nossas vidas. Mas a pergunta não é essa. A pergunta seria se estamos dispostos a preparar o solo e remover as pedras que existem em nosso terreno. 

O Agricultor plantou a semente do reino em todos os corações, se o seu jardim não possui uma grande árvore de mostarda algo estava errado com a sua terra.



Pense nisso!




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