terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Solução financeira!!! Vale a pena ler!

Em dias em que o sagrado está sendo comercializado e oferecido como a solução dos problemas financeiros do mundo, não pude deixar de pensar sobre este assunto, afinal, não é dando que se recebe?  Muitas das palavras que Jesus usou no intuito da plenitude da vida foram transformadas como num passe de mágica a segredos financeiros, a palestras motivacionais, e até a chavões supersticiosos.
Essa metamorfose humana na hora de enxergar a vida e as oportunidades, acabou mudando nossas concepções de vida e este homem que sempre esteve dando as cartas neste mundo, se encontrou vitima de seus próprios sonhos. O homem então que sempre acreditou estar vestido de vestes reais, encontra-se na verdade como um maltrapilho vulnerável a qualquer literatura, a qualquer segredo, a qualquer superstição, a qualquer milagreiro, a qualquer verdade. O ser humano está sofrendo pela transformação das suas prioridades. Quanto mais rico o homem está se tornando, mais miserável está ficando, e isso é totalmente o inverso daquilo que sempre sonhamos, não é mesmo? A matemática não é o dinheiro e a riqueza estarem lado a lado?

Não pude deixar de ir ao encalço de Jesus para ver a transformação financeira na vida das pessoas que se encontraram com Ele, e confesso que fui surpreendido com esta humilde procura.
Uma única e rápida passagem na escritura mostra Jesus usando seu poder para angariar recursos. E isto para pagar um imposto pelo qual ele estava isento.
Diante de todas as circunstancias a única pessoa que arrancou uma moeda de Jesus foi um cobrador de imposto, o resto dos homens, ficaram com as mãos vazias.
Até Jesus sofreu com os impostos!
Para quem ainda não sabe, Jesus mandou Pedro pescar um peixe, e dentro daquele peixinho existiam 2 moedas. O imposto de Jesus e de Pedro. Jesus demonstrou com simplicidade e um pouco de desprezo que Ele é capaz de arranjar recursos da forma mais inusitada e impressionante que podemos imaginar.
A minha pergunta é: Se Jesus veio a este lugar chamado terra trazer plenitude, alegria e eternidade ao homem, porque ele logo não falou sobre dinheiro? Porque não falou logo como tínhamos que ficar ricos e milionários, para que pudéssemos deixar a angustia, a tristeza, e as agruras desta vida? Não é essa a literatura que tanto procuramos?
Algo está errado nisso tudo. Nós encontramos a solução de nossos problemas na mega-sena, mas Jesus oferece uma outra forma do homem se ver livre desta vontade eterna que chegue o fim de semana, o fim do ano, o fim da empreitadas. O homem encontrou no final das coisas o fim de suas angústias. Alguns acabam o casamento, outros saem de seus empregos, outros desistem de um curso, e depois descobrem que o fim não tem este poder terapêutico que tanto sonham. Alguns enrolam uma corda no pescoço com esta promessa que o fim é a melhor saída para tudo.

Se nós encontramos na matéria aquilo que conforta nossa alma, porque Jesus ofereceu o abstrato? Olhando nesta perspectiva é fácil compreender que alguma coisa está errada. Ou é a nossa forma de entender o que é felicidade e plenitude, ou Jesus estava redondamente enganado.
Vamos ver.
Quando Pedro e André foram chamados por Jesus, a primeira coisa que ficou para trás foi o barco e uma rede repleta de peixes. Zaqueu um cobrador de impostos, devolveu 3 vezes mais às pessoas que havia defraudado. Mateus um outro cobrador de impostos deixou sua coletoria lucrativa para viver à custa de cinco pães e dois peixinhos, colhendo espigas em plantações para se alimentar. E quando Jesus esteve em Gadara, os criadores de porcos perderam todos os seus porcos que se precipitaram em um despenhadeiro, porque o Nazareno estava preocupado com a dignidade e a liberdade de um mendigo qualquer.
Os homens que caminharam com Jesus não estavam melhorando financeiramente, nem mesmo prosperando seus negócios à custa da proximidade com Cristo. Pronto, falei!
Ao contrário da religião que ficou rica à custa da pobreza e da ignorância de seus fieis, Jesus nunca foi privilegiado quando alguém compreendeu suas falas.
Senão, Pedro e João teriam dado moedas para aquele pedinte na porta do Templo. Pedro olhou para o mendigo e balançou os bolsos vazios dizendo: Não tenho ouro nem prata...
Mas Jesus não deixou nem mesmo uma moedinha para os caras começarem a construir alguma coisinha?
Nada! Jesus partiu sem se preocupar com recursos financeiros de seus seguidores, porque os deixou ricos e isso eles descobriram depois. O que o mundo tenta barganhar, a igreja comprar, os religiosos contrabandear, aqueles homens tinham dentro dos seus corações, porque haviam perdido muito, mas haviam ganhado o tudo.
O homem não pode cair nesta tentação em que a religião tropeçou. Em trocar o peixe pela moeda que tem dentro. Em passar uma vida dando moedas aos mendigos porque não tem outra coisa para oferecer ao próximo. Por isso que este mundo está caminhando para os abismos da tristeza, da desigualdade e da miséria. Ou está faltando ouro e prata neste mundo? Em qualquer criança esperança não se reúnem milhões de reais facilmente? Nas tragédias não existem doações? O que está faltando, ao contrário do que todos pensam, são homens sem nada para dar, mas com tudo para oferecer.
Entretanto, os homens querem ter tudo, sem ser nada, e esta matemática não existe na eternidade. Quanto mais o homem é, menos ele precisa ter para ser feliz, e nessa balança quem sai ganhando é a humanidade. Jesus não estava fazendo alusão a pobreza, mas resgatando a felicidade e a alegria em suas essências. Estava o mestre desenraizando a felicidade das moedas, e a colocando no lugar certo.
A presença de Jesus ao contrário do que muitos acham traz mais prejuízos do que lucros. Por isso os gadarenos pediram para que Jesus se retirasse de suas terras, porque a presença de Deus naquela terra, para eles significava perda. Mas infelizmente ou felizmente Jesus está preocupado mais com a vida do homem, do que com a empresa do homem. Está mais preocupado com a tristeza do individuo do que com a saúde da instituição. Jesus não tem compromisso com empresas, com estabelecimentos, com indústrias, nem com governos e até mesmo com o casamento Jesus não demonstra muito interesse. Ele está realmente preocupado com aquilo que está por detrás disso tudo. O homem. Existem poucas palavras sobre casamento na palavra de Deus, o que realmente existe em abundancia são cuidados com o marido e com a esposa. Enquanto os homens querem salvar o casamento e a empresa, Jesus querendo salvar o homem e a mulher que estão morrendo por detrás disso tudo.
Jesus também provou ao homem que dinheiro não é problema, e para isso ele é um artista na hora de encontrar recursos.
Ele viveu sem precisar dele, e quando precisou o encontrou sem muitos problemas. O mais difícil é fazer o homem entender que mesmo tendo uma manada de porcos, tudo isso pode ir ao despenhadeiro em favor do seu coração e da sua alma. Jesus estava comprovando ao homem que a instituição é menor do que o ser humano, e que tudo pode se perder, para que uma alma possa se encontrar.
É mais ou menos como Jó. O mau ainda consegue tocar naquilo que temos, mas jamais conseguirá furtar aquilo que somos. Por isso Jesus ofereceu o Ser que é cheio de atributos invisíveis que se materializam em sorrisos, em abraços, em beijos, em lembranças. Todo homem cheio de atributos divinos é rico, não porque é um espiritual metido a besta que vive com a cabeça baixada virada para alguma lugar, mas porque compreendeu que a felicidade, a alegria, a plenitude, não são compradas, nem financiadas. Não se encontram nos shoppings, nem nas viagens, nem nas ilhas gregas e muito menos nas coberturas duplex.
Enquanto uma multidão de homens delega “benção” para aquilo que está na boca do peixe, acredito que a palavra “benção” seja muito mais do que uma moeda. A benção de Deus é quando o homem tem mais do que ouro e prata ou uma nota de 2 reais para oferecer.
O homem que encontra no ouro e na prata a única forma de ajudar o outro é porque não tem de si para compartilhar, e esta pobreza existencial que Jesus queria que nenhum homem vivesse. Esta pobreza nos traz tristeza, angustia, e inquietude. É um vazio estranho de compreender que não somos importantes na vida de ninguém, e isso é o maior desalento que um homem possa viver.
É nobre repartirmos o que temos, mas muito mais nobre é dividirmos o que somos com quem está do nosso lado. Esta ultima ação é a mais difícil do que a primeira, porque remete ao homem ser algo verdadeiro e concreto. Quando isso acontece deixou o homem a miséria do apenas “eu tenho”, para a riqueza do tudo que “eu sou”.
O jovem rico foi o único homem que continuou rico depois que se encontrou com Jesus, entretanto, seu nome ficou no anonimato, sua história foi esquecida, e sua trajetória foi apagada pela ferrugem do tempo.
Descobri que todos os homens encontrados com Jesus realmente poderiam ter ficado mais ricos. Certamente Zaqueu perdeu grande parte da sua fortuna, entretanto, ganhou paz, um sono tranqüilo, respeito da comunidade, e dignidade em sua família. Pedro e André poderiam abrir uma peixaria com aquela ultima pesca maravilhosa, e vender os peixes com a marca “jesus”, isto certamente iria surtir grandes resultados financeiros. Mas se arriscaram no mar da dignidade, da fé, e da concretização do chamado feito para suas vidas. Foram pescadores medianos e desconhecidos, mas entraram na história como apóstolos, e mestres. Sabiam o que era navegar, mas somente com Jesus puderam entender o que é caminhar por sobre as águas.
Mateus certamente foi a falência, mas seu legado, e suas palavras jamais serão esquecidas. Todas as vezes que abro a minha Bíblia e lá está escrito Mateus, é porque alguém decidiu perder sua empresa, para que este mundo pudesse ganhar vida.
Certamente um testemunho de riqueza não é a forma mais adequada de demonstrar o poder, o amor, e a graça de Deus na vida de ninguém, porque o poder de Jesus é realmente demonstrado naquilo que o homem está disposto a perder e não a ganhar.

Jesus queria oferecer ao homem uma caminhada alegre e plena, e não uma eterna busca do fim de semana. Queria Jesus que o homem vivesse a semana com o entendimento da beleza da vida, da complexidade dos sentimentos, da essência do amor. Mesmo na segunda-feira chuvosa, ou numa quinta feira nublada. Mesmo no começo ainda difícil de um emprego, ou na metade de um casamento. Mesmo nas primeiras semanas de março. Tudo isso porque não estão em dezembro nossas alegrias, nem mesmo nos sábados a noite a nossa felicidade. Não está nos porcos, nos acúmulos, nos carros. Quando o homem perde seu tempo deixando a semana ruir em busca dos seus sábados, os anos passarem em busca de seus dezembros, o tempo voa, e eis aqui uma riqueza verdadeira.
Por mais que o homem perca todo seu dinheiro, ele poderá ganhar tudo de volta.  Entretanto, o homem que perdeu seu tempo, perdeu sua vida, e isso o homem jamais poderá reviver outra vez.
O tempo não é reciclável. O tempo não é negociável. Jesus queria mostrar ao homem esta riqueza infinitamente maior.  Tudo que o homem vive, jamais poderá viver novamente. Estes minutos que você perdeu lendo este texto jamais voltarão.
Aprendi com Jesus que a riqueza em suas essência é aquilo que quando perdemos, jamais poderemos recuperar novamente.

Aquele que rejeitou financiar a atenção humana teve sua vida negociada por trinta moedas de ouro. Enfim, o homem pode estar fazendo este mau negocio na hora de encarar Jesus. Tentando ter sua intimidade para depois a revender por algumas moedinhas à custa de suas barganhas, promessas e propósitos.
Este fim a gente já conhece...

Podemos pensar nisso.

Um comentário:

  1. Meu caro e amigo ticão, muito bom, aliás excepcional seu discurso, fico feliz em saber que ainda existem pessoas assim, cansada dessa vida de mentiras camufladas com um falso evangelho,em poucas palavras resumo seu discurso assim, " as pessoas fazem da igreja um comércio, e dos seus púlpitos balcões, onde a moeda corrente é chamada pelo nome dízimo e oferta".

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