Eu sei que este titulo pode ter causado indignação em grande parte das pessoas que leram, entretanto, não quero aqui tecer uma critica a esta “arte” maquiada que abocanhou nossa juventude, apenas repensar o poder desta mensagem corporal.
Minha vida oportuniza que eu conheça muitos lugares, pessoas, culturas, raças e credos. Esta experiência de conhecer mais profundamente pessoas tão diferentes de mim é pedagógico e ao mesmo tempo desafiador.
Entretanto, descobri que todos os povos, línguas e raças possuem em suas entranhas um desejo de comunicar sua individualidade e revelar suas paixões.
Compreendi também que o homem não consegue expressar adequadamente os seus sentimentos, e por isso, estamos vivendo a era das mensagens póstumas e sacrificiais.
Eu não acredito nas homenagens fúnebres, não que elas não sejam verdadeiras, mas é porque são pobres.
Também não acredito na tatuagem como uma mensagem de amor ou de fé, e afirmo que mesmo sendo de forma verdadeira, é a forma mais pobre que existe para demonstrar um sentimento tão profundo como o amor, ou uma realidade tão forte como a fé.
Cheguei a essa conclusão porque a nossa geração julga no sacrifício uma demonstração de amor.
E não são poucos os homens que estão com suas peles todas coloridas para comunicar seu sentimento ao mundo, entretanto, pela qual jamais foi sussurrada no ouvido.
Eu poderia tatuar o nome facilmente da minha mulher, ou quem sabe dos meus pais, entretanto, jamais farei isso, não porque sou contra esta arte, mas porque julgo que estas pessoas tenham certeza do que sinto por elas, e por isso estou livre para não precisar me sacrificar por esta comunicação.
Acredito na riqueza das palavras, mais do que na força da dor. Não quero jamais ser cativo do velório para revelar minhas admirações e verdades. Não preciso demonstrar em minha pele porque a minha boca fala do que está cheio meu coração.
Esse amor superficial que permanece na epiderme, mas não penetra nas entranhas do nosso ser, é algo que pode chamar a atenção dos mais inexperientes e jovens, mas não passa de uma forma desesperada e pobre de dar crédito a um sentimento.
Em algum momento Deus disse que é melhor a obediência do que o sacrifício. Talvez esta realidade ainda não tenha sido entendida pelo ser humano. Embora o sacrifício de subir milhares de degraus da igreja da penha seja algo digno de aplausos, é melhor amar ao próximo e não falar mal do vizinho!
Embora tatuar a foto da minha mulher nas minhas costas seja algo bem “romântico”, é muito melhor eu respeita-la e amá-la com toda a força do meu ser.
Quando não tenho essa necessidade de mostrar meu sentimento de uma forma pública, é porque a minha mensagem de amor chegou até o destino certo.
Essa é a verdadeira declaração de amor.
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