O Estado Islâmico
Depois de ver um monte de vídeos e ler algumas reportagens macabras. Depois de sentar no banco de centenas de igrejas e escutar muitas palavras decidi fazer algumas considerações do estado religioso que vivemos. A primeira é que o Estado Islâmico revela o poder
maligno que a religião exerce sobre as pessoas. A segunda é que o estado cristão também revela o poder maligno que Satanás exerce nas pessoas.
Não se engane você frequentador assíduo
do circulo religioso cristão. A maior força maligna não está nas mãos destes guerrilheiros
do islã. Este inimigo declarado, muito embora seja forte e severamente
obstinado, não me amedronta tanto quanto os lobos em peles de cordeiro.
Nada me assusta mais do que alguém
que manipula falas eternas do Cristo para serem usadas como mercado da vaidade
humana. Nada é mais amedrontador do que transformar a fé em Cristo em um
segredo de prosperidade material. Nada, mas nada neste mundo me apavora mais do
que alguém que é capaz de usar da fragilidade humana, da falta de conhecimento,
da ignorância religiosa e da pobreza, para gerar riqueza, poder e encantamento.
Primeiro eu ficava com raiva, mas agora confesso que estou ficando apavorado
com estas armas e estes homens que cobrem seus rostos com as turbas da
santidade, mas são maquiavélicos lobos tentando abocanhar benefícios próprios. As armas são o medo, a culpa e a ganância. Através de discursos empolgados as pessoas são estimuladas a ter medo do gafanhoto, a dar tudo que tem pela ganância do ter e a frequentar o culto por causa da culpa do pecado.
“Não tenha medo daqueles que matam o corpo, mas daqueles que podem levar sua alma ao inferno”.
Deste modo, e segundo esta revelação, minha maior angústia e medo é quando entro em algum templo religioso cristão. Fico apavorado tentando me defender da descontextualização da palavra de Deus, das heresias e das severas manipulações psicológicas. Fico ali sendo estimulado a todo instante construir o que Jesus me convidou a destruir. A cada cinco minutos sou levado a considerar meu umbigo, muito mais do que carregar a minha cruz. Em mais de duas horas de culto saio cansado de tentar me defender do armamento pesado pelo qual o estado cristão está revestido.
Não é fácil. Acabo me sentido um
idiota solitário. Um frio calculista. Um arrogante sábio metido a besta. Talvez
o seja. Não sei. Mas um enorme paradoxo está acontecendo neste momento. Talvez
chegamos num momento em que o maior desafio do cristão encontrado com Jesus é
pregar Cristo para os crentes. O lugar que mais precisa de Cristo não está nas
ruas, mas dentro dos templos.
Logo, neste exato momento meu medo
não é do que o estado islâmico pode fazer, muito embora esteja sofrendo
severamente com este terrorismo, mas dos cordeirinhos que soletram versículos bíblicos
decorados com sorrisos marotos.
Estou apavorado com o Estado Cristão.
Um dia a história contará sobre estes nossos dias e alguém dirá que fomos os mais
nojentos e crápulas cristãos da história deste mundo. Verão a fraqueza e a
vaidade de um povo que se gloria no carro novo, no sucesso profissional e em
curtidas na sua página no facebook.
A morte que o estado islâmico promove
jamais alcançará o poderio bélico de desgraça do que este evangelho gospel tem
proporcionado em nossos dias.
Que Jesus nos ajude...
Carlos Bertoldi, Lucas do Rio Verde, MT17/02/2014 10;33
Muito bom Ticão, acho que isto é ser verdadeiramente cristão, sem medo.
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