segunda-feira, 4 de março de 2013

A mulher adúltera


Sempre que a injusta justiça dos homens se promove, a justa justiça de Deus se manifesta. Assim se manifestou a justiça de Deus através da fé em Cristo. Quanto mais os homens ansiavam demonstrar sua justiça legalista ao Cristo, mais relevância traziam para sua injustiças de consciência.

Talvez, em toda a humanidade, e em toda a história deste mundo, o maior equivoco e a mais deturpada interpretação humana, tenha sido o conceito sobre justiça. Deste destempero em realmente conhecer o que é a justiça de fato, o homem se tornou um ser justo, mas maligno, cruel e frio.

Quando, há alguns não poucos anos atrás, alguns “justos” levaram até Jesus uma mulher “injusta”, a apoteose da justiça divina tornou-se conhecida por este mundo. Naquela tarde incomum, os códigos de conduta comportamentais deram lugar a consciência do Espirito.

No cenário, uma mulher pecadora e centenas de homens justos. Ela de pé, cheia de vergonhas, injustiças, mentiras. Eles, sentados, acalentados pelas suas próprias justiças, pelas suas orações prolongadas, pelas suas tradições respeitadas.

Num instante, Jesus que escrevia algo na areia, se levanta, e deixa o estado de justo que senta para julgar, para ficar de pé e absolver. Todos os homens que tiveram o vislumbre da Palavra de Deus como lei, como letra, como código, aprenderam apenas a condenar, apedrejar e infernizar o outro a condição de miserável, desprezível, pecador. Entretanto, aqueles cujo seus corações foram apaziguados pelo amor e pela justiça de Deus, em Cristo, somente conseguem absolver, agraciar, perdoar.

Jesus demonstrou aos homens que a justiça de Deus é diferente da justiça que estamos acostumados. A justiça de Dele revelada em Cristo, demonstrou que Deus não está preocupado em julgar os defeitos comportamentais dos seres errantes deste mundo, mas a consciência pervertida que condena o outro, sem nunca olhar para si mesmo.

Então, quando a consciência daqueles homens fora questionada, suas justas injustiças foram ao chão. Eles, aos poucos foram raciocinando e tornando a sobriedade divina que o oculto é mais perverso do que o que está manifesto. A mulher, de pé, enxugando as lágrimas, totalmente injusta, ficou a sós com a justiça daquele que Justifica. Então, os olhos justos de Deus, por meio de Cristo, a absolveram, permitindo-a viver, reviver, reinventar.

A justiça de Deus é justa, porque absolve o homem do pecado, do erro, do engano, para que assim, em consciência, possa tornar um caminho de misericórdia, graça e amor. Neste mundo, o homem mais justo é injusto, porque a justiça divina não se revela no homem antravés do que ele faz, mas em quem crê, posto que, Cristo é a essência da Justiça, e viver por meio dele, nele, é o que trasnforma a natureza injusta do homem  na semelhante do que é justo em Deus. Logo, vivendo Nele, existe justiça, não pelo que se faz ou realiza, mas em quem se vive. Em cristo o homem está absolvido para absolver. Está livre para libertar. Sente-se amado para amar.

De fato, aqueles que se achavam justos foram embora surpreendidos pelos seus disfarces. A injusta pecadora permaneceu ali, acalentada pela Graça que absolve, que acolhe, que agrega. A religião jamais entenderá essa linguagem da Graça, porque adora os martelos, os júris e as togas. Esta Graça sem penitências lhe é loucura, monstruosidade diabólica.

Eu sou injusto, mas nele, sou justo. O justo não é aquele que não possui pecados, mas aquele que os reconhece. O justo não é aquele que é perfeito, mas aquele que sabe se compadecer dos imperfeitos. O justo não é aquele que é dono de um bom comportamento, mas aquele que cuja consciência é pura, é limpa, é transparente.

Se absolvido estou por Cristo, logo, quem me condenará?

Causeway Bay, Hong Kong 04/03/2013 22;55 C. A.

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