segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Este é o país da Copa!


Eu estava pensando algumas coisas e decidi pesquisar alguns números deste nosso Brasil de desigualdades. Nós deveríamos saber mais do que apenas a posição do time de coração na tabela do campeonato. Isto faria de nós uma nação mais inteligente.

Nós possuímos 87 países na nossa frente quando o assunto é educação. Segundo um estudo, as empresas brasileiras consomem, em média, 2.600 horas para administrar o recolhimento de 23 impostos, que somam uma alíquota de 71,7%. A média de tempo gasto para pagar taxas, entre os 175 países pesquisados, é de 332 horas. O Brasil figura em 127º lugar na lista que avalia a facilidade que os países criam para a formação de negócios. O ranking é realizado anualmente pelo Banco Mundial e mede o desempenho de 183 países.  Na avaliação do Banco Mundial, o Brasil é o 152º pior país do mundo no quesito impostos. De 0 a 10, nosso país tem nota 3,7 na escala da corrupção, ocupando o 73º lugar na lista com 183 nações.  Em 2011, o IDH brasileiro chegou a 0,718 ponto, valor 0,003 ponto superior ao de 2010. O desempenho fez nosso país ultrapassar “triunfantemente” a nação caribenha de São Vicente e Granadinas e alcançar a fantástica 84ª posição entre 187 países.  O IDHAD (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade) combina o IDH com dados que levam em conta a equidade no acesso à saúde, educação e renda.  Neste índice alcançamos a 73ª posição entre 134 países, conseguindo a proeza de sermos inferiores a países como o Gabão, Sri Lanka e Uzbequistão. Depois dessa enxurrada desanimadora, nós também temos números “bons”. Somos líderes mundiais no desmatamento e o sexto país mais violento do mundo.  Temos o “honroso” terceiro lugar quando o assunto é a prostituição e consumo de cocaína.
Todos sabem que o Brasil também é um dos países mais religiosos do planeta. Não faltam catedrais, passeatas, romarias e shows da fé. Entretanto, nós ainda continuamos, sem princípios, imorais, omissos e desavisados. Chego a desconfiar que nem a politica, muito menos a religião, possuem o desejo de criar um país inteligente, com capacidade de raciocínio e entendimento. Se a palavra de Deus evidencia com clareza ao homem a plenitude de entendimento, profundidade de conhecimento e acesso a reflexão, fico imaginando que tipo de religião é essa que estamos vivendo. Acredito que o resultado de um povo inteligente seria catastrófico. Não nos venderíamos por cestas básicas para eleger um deputado, nem tampouco aceitaríamos essa superficialidade mística e contraditória que invadiu os púlpitos deste país. Protestaríamos contra uma Copa do Mundo sem sentido, e uma Olimpíada que vai ser apenas um reflexo mais catastrófico que vimos no Pan 2007. Continuamos a sofrer este latifúndio, onde muitos perdem e poucos ganham desde a maldita invasão, não descoberta, de Pedro Alvares Cabral há quinhentos e poucos anos atrás.
Se os políticos nos roubaram possibilidades, a religião deveria nos devolver a força de enxergar além dos nossos próprios umbigos. Se isso não acontecer, somos apenas um bando de místicos egocêntricos. Povo brasileiro! Pare de chorar por causa do Corinthias, do Coritiba, do Flamengo ou do Ceará. Se for chorar, chore a dor da fome das crianças, a miséria da prostituição infantil, e a epidemia de crack, álcool e cigarro que estamos vivendo. Existem coisas mais verdadeiras, profundas e sérias para se preocupar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário