Entre ruas e vielas de uma cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul avistei um hippie, com uma vassoura. Do seu lado uma caixa de som. Depois de atravessar a rua, percebi que entre as palhas daquela vassoura existiam cordas, e aquela aparente bugiganga, tornou-se um instrumento musical. Com os acordes formados, com alguns cachorros como companhia, o som começou a acontecer. A simplicidade das palhas tomou a grandeza dos acordes através da criatividade da mente humana.
Nada me tira da cabeça que o pensamento e a criatividade são as nossas maiores armas. Os ricos que abriram mão do pensamento de criar um ambiente, de transformar sua vida através das coisas simples da natureza que vivem, estão sofrendo e se tratando com psicólogos. Os pobres que não criam a partir de suas “vassouras”, irão passar a vida toda sofrendo do descaso politico deste Brasil corrupto. Os formandos e abastados ainda não descobriram que a alegria até pode ser financiada por um carro novo, mas a felicidade é fruto da criatividade humana que gera satisfação a partir das coisas pequenas e de um estado interior de graça, que se desenvolve de dentro para fora através do pensamento. Na antiguidade, o grande desafio do homem não era acender o fogo, embora esta manobra fosse um tanto quanto difícil, mas manter as chamas acesas.
A alegria ou um estado momentâneo de felicidade não são difíceis de serem alcançados até mesmo pelos mais pobres e miseráveis. Na verdade é assim que estamos vivendo. Somos escravos das coisas para estarmos felizes, e quando isto acontece cedemos a perigosa dependência do dinheiro para dar um sorriso. Mas o que fazer se nós gostamos dessa realidade? Eu estou falando sobre um estado diário e permanente de felicidade, o que o homem ainda não descobriu. Estamos desacorçoados porque estamos apaixonados pela paixão. Aceitamos esta proposta de viver com toda intensidade uma alegria e descarta-la na medida em que o tempo passa. Então, começamos outra. E depois outra. Assim estamos fazendo com as coisas, com os carros, com celulares, com pessoas... Enfim, a felicidade não é um produto que se alcança de fora para dentro, mas que acontece de dentro para fora. Ela não está em algum lugar, com alguém ou possui alguma cifra. Ela está escondida dentro do oco dos nossos pensamentos. Está no recôndito ainda não explorado da nossa alma. Está inquieta querendo se revelar, querendo ser descoberta.
Sem a reflexão e o pensamento que cria, que modifica, que transforma, o homem tornou-se cativo do fúnebre discurso do “era feliz e não sabia”. Pense nisso, talvez você seja feliz, basta apenas descobrir essa realidade!
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