segunda-feira, 20 de junho de 2011

Esperando pelos dezembros...

Quando eu era criança esperava ansiosamente por três datas, o meu aniversário, a Páscoa e o natal. Jesus era naturalmente um cara legal para mim, suficientemente por causa que os dois maiores feriados culminavam em datas referentes a Ele.
Eu me lembro de contar os dias para estes eventos em minha vida. Mas mesmo vivendo a expectativa destas coisas as crianças vivem seus hojes com uma maestria pedagógica para nós adultos.
Falar do passado é difícil, mas mais amedrontador para mim é olhar para o futuro.
Quem vive a espera do amanhã, está enferrujando sem perceber. Quem está diante desta realidade de esperar ansiosamente pelo sábado, esqueceu-se que existe a segunda. Quem está vivendo sob a constante angustia de alcançar dezembro ainda não compreendeu que janeiro é o recomeço de mais um ano cheio de desafios, mas de oportunidades.
O homem não deveria viver olhando para o amanhã, creditando nele a plenitude e a alegria, porque no amanha existe um depois, e esta dizima periódica só terá fim,  quando morte nos separar desta condição.

Desconfio que a incógnita do futuro gere no homem uma expectativa que o enche de adrenalina. Essa condição esvazia o presente de qualquer alegria e importância e deposita no amanhã toda a esperança da nossa felicidade.
Por isso estamos indispostos a sentirmos a felicidade que vivemos hoje, a saúde que desfrutamos agora, o trabalho que realizamos neste momento, porque esta afirmação de felicidade seria uma sentença de plenitude, e “Deus nos livre disso...ufa”, sempre existe uma iminente necessidade humana de melhorar, crescer, subir, ganhar mais dinheiro, ter mais um apartamento, mais, mais, mais, mais...não é mesmo?
Não quero de forma alguma fazer apologia a acomodação, mas a minha pergunta é: Quem está satisfeito? Quem está saciado?
Nem os ricos e nem os pobres. Todos os homens estão com os mesmos anseios e angustias apenas com cifras diferentes.
Essa lufa lufa frenética em produzir em escala nos tornou vitima da doença do “era feliz e  não sabia” e essa matemática causa dor, porque descobrimos que poderíamos ter vivido com mais alegria e profundidade as nossa felicidades. A morte nos revela que  poderíamos ter amado e perdoado mais, isso é apenas uma pobre reflexão de velório, mas deveria ser a realidade do nosso pensamento.
Esta condição humana que não se satisfaz é um perigoso agente de infelicidade humana e divina. Ao passo que o homem não se contenta com nada, Deus jamais recebe louvor e a gratidão merecida. Tanto o homem quanto Deus sofrem nesta perspectiva insaciável da nossa existência.
As férias podem ser dias maravilhosos, mas são apenas sombra do que uma vida toda pode proporcionar. A alegria não reside em finais de semana, mas na convivência harmoniosa com as pessoas que amamos, e principalmente na tranqüilidade de uma consciência pura, grata e honesta diante de Deus!

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter a fartura. Aprendi viver feliz e contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4;13)

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