“Que farei? Orarei de com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com espírito, mas também cantarei com a mente.” (1 Coríntios 14;15)
O homem cada dia mais está buscando as coisas espirituais, mesmo que não tenha de forma alguma o desejo de abdicar daquilo que é material. Por isso o ser humano está criando e recriando religiões e crenças desde os primórdios. Desesperadamente queremos encontrar uma espiritualidade que não nos confronte, muito menos coloque em xeque nossa forma de viver.
Este anseio não é moderno, mas é humano. Minha humanidade quer fazer uma parceria com uma divindade porque no fundo da minha alma existe a certeza de que posso ser ajudado, contemplado, abençoado, ou coisa parecida.
Esta mistura de credos que existe dentro de cada ser humano é na verdade uma forma desesperada de conseguir encontrar conforto, por isso discernir quem é Deus de fato tem sido um dos maiores desafios da humanidade.
Embora estejamos no século XXI existe algo primitivo em nosso pensamento em relação a espiritualidade e isso torna o homem vulnerável às manifestações místicas.
As religiões possuem um iminente fardo de precisar comprovar suas forças e suas verdades. Criam santos, deuses e profetas. Tentam desesperadamente difundir segredos e milagres com a ânsia de preencher este misticismo que todo ser humano gosta de vivenciar. Está na hora do homem orar com a mente. Chegou o momento do ser humano cantar com entendimento, porque essas duas verdades são muito mais profundas do que qualquer milagre em 1389, ou qualquer segredo de 1943.
Desconfio que esta crise de pensamento e reflexão que o homem vive quando o assunto é a espiritualidade, esteja intimamente relacionado com o desejo de estar embriagado do espírito.
Por isso o homem reza, reproduz e passa uma vida repetindo as mesmas falas, e que me desculpem os embriagados pelo espírito, mas se relacionar com Jesus requer mais entendimento, pensamento e reflexão profunda do que qualquer outra coisa.
Estes foram os milagres que Jesus mais repetiu em toda a sua história. Poderia ter vomitado suas verdades, mas preferiu usar as parábolas no intuito de estimular o homem a pensar e chegar às suas próprias conclusões espirituais através da mente e não somente do seu coração. Jesus não quis escravizar o homem na emoção, mas o levou a pensar e a refletir, para que dessa metamorfose surgissem homens melhores. Não era a simples presença mística de Jesus que transformava as pessoas, mas a inteligência dos seus discursos.
Toda falsa espiritualidade desmorona diante da falta de entendimento e da superficialidade de conhecimento. Eu posso parecer espiritual até que minha mente seja colocada a prova, e talvez por isso a religião proibiu o pensamento e a reflexão.
A religião tornou o homem cativo do sacerdote, do guru, do mestre, do pai de santo, para que o homem tivesse alguém que pensasse por ele. É muito perigoso para a vida das religiões que os homens busquem o conhecimento e a sabedoria diretamente de Deus. Aliás, isso é “impossível” de ser realizado, porque os deuses não falam com os homens normais como eu e você.
Ainda bem que o Deus da Sabedoria decretou através de Jesus que o homem teria este poder se relacionar com Deus de uma forma especial e intima.
É necessário cantar com a mente e orar com inteligência, porque somente assim descobriremos que o mundo não é quadrado, e isso reverencia a grandeza e a sabedoria de Deus.
Existe um Deus verdadeiro e Ele anseia muito mais sua sobriedade do que sua embriaguez espiritual. Ainda acredito que é melhor falar cinco palavras com entendimento do que mil repetições ao vento.
Enfim, a modernidade presenteou o homem com uma espiritualidade sem Deus, algo como um esporte, que possa preencher esta lacuna no coração humano. Entretanto, é importante descobrir que Deus é inteligente e não está disposto a ceder a este “porre” místico e ritualístico que o homem vem realizando desde muito tempo atrás.
Por isso me embriagarei com o entendimento e com sabedoria para que minha mente sadia possa orar em espírito com verdade e profundidade.
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