Αγαπώ τον Ιησού
Durante vinte dias estou lendo e pensando no Sermão da Montanha. Acho que se passei tanto tempo nesta Montanha cheia de tesouros, posso então tomar cinco minutos do seu tempo para compartilhar contigo coisas novas que descobri a beira deste monte.
Espero que você realize uma viagem através destes textos que dividi em algumas páginas.
Boa viagem!
Mateus 7; 15-23
O sol já estava se pondo, e Jesus o mestre da sabedoria depois de tanto estreitar o caminho para o céu, deixa para o fim do sermão uma fala intrigante.Os falsos profetas.
Porque, então, Jesus falou a cerca de quase todas as coisas e atributos da vida humana e decide finalizar desta forma?
A respeito de tudo que Jesus falou até agora sempre existem dois paralelos. O que eu acho que é verdade, e o que é realmente verdade. Envolvendo-me com o texto e o contexto do sermão da montanha facilmente fui desmascarado, e jamais me senti tão humilhado como nestes dias. Humilhado em primeiro porque jamais havia realmente descoberto o que havia por detrás destas palavras de Jesus, e em segundo, porque estou desalinhado com muito daquilo que sempre achei que estava certo. Certamente a sabedoria de Jesus estava conduzindo aquele povo para uma viagem que ia muito além de apenas algumas palavras e frases a serem sublinhadas em nossas bíblias. O mestre estava entregando de bandeja alguns segredos do reino de Deus e do reino dos homens. Entretanto, o que consegui observar em meio a este passeio a beira do Sermão da Montanha, é que sem uma reflexão adequada e profunda o sermão ganha ares terapêuticos e não era essa a intenção de Jesus. O mestre não estava passando a mão na cabeça do povo, mas estava cravando a espada de dois gumes no interior do homem, afim de que ele pudesse adentrar nos recônditos mais escondidos e escuros de sua própria alma.
O mundo sublinhou: pede e recebe, procura e acha, bate e se abre. Compreendi então que o homem usa as lentes do interesse quando lê as falas de Jesus, e assim, tudo se reduz a uma procura por uma melhora financeira, e não uma busca eterna. O homem tem encontrado aquilo que quer, e se aberto para aquilo que deseja. Ele tem recebido aquilo que tanto tem pedido. Ele tem corrido desesperadamente atrás da angustia, batido na porta da ansiedade. Está em uma busca frenética das ferrugens do amanhã. O homem decidiu crer naquilo que se encaixa melhor em sua vida, em sua realidade, e na sua personalidade. Essa percepção humana em relação a Deus transformou o homem em um anônimo na platéia, em um cão de uma alcatéia.
Olhando para este momento que se aproxima do fim do Sermão, Jesus conduz suas ovelhas a um passeio pelos vales mais profundos da alma humana. Pelas cavernas do caráter, pelos atalhos da vaidade e nos penhascos da hipocrisia. Aquelas gentes visitaram seu interior como nunca antes haviam experimentado. Na volta, aquele povo passou por um pasto verdejante de tesouros psicológicos e espirituais.
Quem entende as falas de Jesus reconhece nele o verdadeiro Pastor. Aquele que vai a frente conduzindo suas ovelhas. Jesus poderia ficar atrás comandando uma boiada, mas preferiu estar a frente porque antes do homem encarar qualquer circunstancia em sua vida, Jesus já a teria enfrentado primeiro.
Jesus realmente cuidou do homem como nenhum outro líder neste mundo. Não podemos somente reverenciar Jesus pela sua Grandeza, Santidade e Divindade, mas pelo ser humano na mais alta expressão de humanidade que podemos observar.
Jesus revelou ao homem o próprio homem. Revelou o quanto somos estranhos para nós mesmos. Revelou quantas coisas temos escondido dentro do porão da nossa existência. O que Jesus fez no sermão da montanha durante 90% de suas palavras foi proteger o homem de si mesmo. O homem precisava descobrir quem era o seu maior inimigo, e Jesus com uma sublime maestria disse o que todos nós queremos descobrir. Quem é nosso maior inimigo?
Jesus mostrou para o homem a necessidade que temos de nos livrar de nós mesmos, das nossas próprias escolhas, das nossas próprias maldades, das nossas hipocrisias, das nossas motivações, dos nossos desejos, das nossas mentiras, e das nossas, e das nossas, e das nossas. Jesus estava dizendo que depois que o homem faz as pazes consigo, e descobre sua natureza auto-destrutiva, está ele apto a discernir e compreender coisas mais profundas e mais excelentes. Enquanto o homem ainda é seu maior inimigo estará ele mordendo pedras. Enquanto o homem não perceber o quanto faz mal para si mesmo estará jantando cobras. Essa realidade nos torna vítimas de um suicídio, e não de um assassinato, ao contrario do que muito pensam.
Assim como eu disse no começo, o momento em que Jesus decidiu falar deste tema me intrigou e por isso vamos usar uma lente de aumento neste momento.
Jesus termina o texto dos caminhos estreito e largo e diz a palavra: Acautelai-vos.
Poderia Jesus ter usado qualquer expressão para estes homens. Mas ele foi simples, pediu cautela. A cautela não permite que o homem se debruce sobre qualquer verdade. A cautela permite que o homem esteja sóbrio a tomar uma decisão, ou escolher uma caminhada.
Um homem cauteloso é diferente de um homem desconfiado. Ele é cuidadoso em suas conclusões e isso o protege na hora de verificar se o namorado da sua filha é um falso “profeta” do amor. Se o seu amigo é um falso “profeta” da parceria. Se o seu pastor é um falso "profeta" do Senhor. Se o seu colega é um falso “profeta” profissional. Quantos falsos profetas existem em nosso meio, não é mesmo?
Mas como sempre, O mestre estava instigando os homens a pensarem suas próprias atitudes. Quando os homens já haviam descoberto suas porcas e caninas atitudes de lidar com o sagrado e com as verdadeiras riquezas, agora era chegada a hora de descobrir quem na verdade nós somos.
Lobo ou ovelha? Quem sou eu?
Pasmem, mas muitos homens naquela multidão estavam lá cheirando a ovelhas, com pele de ovelhas, andando como ovelhas, mas uivando como lobos.
Lobo, eu? O homem por mais desumano, hipócrita e mau que possa ser jamais vai ler estas palavras de Jesus olhando sob o contexto dos lobos, irá enxergar-se como uma ovelhinha, alvo certo desses lobos roubadores.
Mas vamos ser um pouco verdadeiros com nós mesmos.
Quais são as características dos lobos?
O lobo lucra com os problemas dos outros. É aquele que fica feliz com a angústia e o desastre do próximo. O lobo faz cara de choro, mas está rindo por dentro. O lobo é aquele que vê em uma parceria uma vantagem e não um relacionamento. O lobo é aquele que fere as pessoas que estão mais próximas. O lobo é aquele que rouba a alegria das ovelhas. O lobo é aquele morde, rosna, ameaça. O lobo gera angústia e um clima de pressão no pasto. O lobo não permite que as ovelhas deitem e durmam com tranqüilidade, porque a presença do lobo é sempre amedrontadora. O lobo é aquele que perece ser muito bom para quem está de longe, entretanto, quem está perto dele vive com alguma ferida aberta, causada pelas suas mordidas. O lobo vive pastando como ovelha, mas não pode fugir da sua natureza carnívora. O lobo é aquele que sempre encontra uma razão para morder. O lobo é aquele que usa o passado para rosnar no presente. O lobo até demonstra arrependimento, mas volta a morder novamente. O lobo acredita que é uma ovelha, mas se recusa a chegar perto do Pastor. O lobo é aquele que fica longe, e se camufla no meio de todas as outras ovelhas com o intuito de viver um anonimato que lhe dá oportunidade de agir. O lobo sou eu, o lobo é você, e não adianta colocar a mão no peito e dizer: EU!
É você mesmo. É só olhar para dentro de você que logo irá perceber que você é carnívoro. Que até tentamos ficar comendo grama, mas diante de alguma crise que se revela, o que existe de verdade em nós vem à tona e, nhact! Mordemos com força, e porque isso acontece? Porque viver pastando não é nossa natureza, e diante de qualquer imprevisto a nossa reação é: morder, atacar, sair correndo atrás de uma ovelha para matar a nossa fome de maldade, de separação, de confusão, da angustia que temos. Viver como ovelha sendo lobo é difícil, porque gera atitudes que não são verdades.
É uma vida de aparências. Todos os lobos vivem uma eterna pressão, de parecerem aquilo que na verdade nao são. Isso é um fardo que o homem não consegue carregar, por isso nós estouramos de vez em quando, ou melhor, apenas revelamos o lobo que existe dentro de nós. Talvez por isso muitas pessoas até pensam que fulano mudou, mas apenas está camuflado pela lã da mentira. Enquanto o homem não for realmente uma ovelha, jamais estará farto somente com grama, porque a sua natureza carnívora ainda não foi sepultada.
Quando lemos este texto na perspectiva dos lobos, conseguimos arrancar o cobertor de lã que estamos usando. É difícil, mas confesso que sou um artista na hora de roubar a alegria das pessoas que amo. Sou réu confesso em lembrar o quanto já mordi e rosnei. O quanto já tirei o sono tranqüilo de quem vive perto de mim. Essa é a ainda minha essência canina que vive, mesmo querendo ser uma ovelha.
Olhar para dentro de mim e reconhecer que preciso matar o lobo que existe nos meus esconderijos, revela a minha miséria. Ter cautela com minhas próprias atitudes, trás um enorme ponto de interrogação em minha vida cristã.
Está Jesus dizendo para mim. Tenha cautela com você mesmo, porque você está roubando, porque você está uivando, porque você esta mordendo.
Meu Deus! Continuando a me desmascarar consigo ver o quanto já fiz cara de quem estava triste, mas dentro de mim existia um pouco de felicidade. Quantas vezes demonstrei em meu rosto algo diferente do meu interior. Quantas vezes me senti no direito de torcer contra meus companheiros de time, por causa de alguma circunstância que julguei injusta. Este sou eu sem as traves da religião, da vaidade, da hipocrisia, do egocentrismo, que nos segam e nos impedem de ver nossa miséria. Este é o Carlos Augusto que busca a Deus com verdade e intensidade, mas precisa se libertar dele mesmo, para depois se preocupar em se libertar do outro.
Enquanto este mundo prega a desconfiança e joga a responsabilidade das nossas tristezas e naufrágios no outro, Jesus aponta o dedo para dentro de mim e revela aonde está o meu maior inimigo. Revela de quem eu devo desconfiar, e quais verdades eu devo repensar. Neste espelho me vejo um tanto quanto deformado, mas me vejo em verdade, e isso é o mais importante.
Descobri que não sou tão bom, o quanto sempre sonhei, nem mesmo tão angelical o quanto sempre tive certeza. Acho que me redescobri nestes dias a beira do sermão da montanha. Redescobrir é descobrir de uma forma madura, verdadeira e correta. Aprendi que não basta descobrir é necessário redescobrir, e este verbo só pode ser conjugado com o nome que se chama Jesus.
De tanto os homens se acautelarem de mim, um dia ficarei sozinho. Minhas reflexões caninas vão dizer o quanto o mundo é ruim e eu sou injustiçado, no entanto, quem vive uma vida mordendo o próximo, coloca em fuga as pessoas que ama, e essa realidade não temos como negar. O futuro dos lobos é a solidão. O futuro das ovelhas é a comunhão.
Redescobrir essa verdade inocenta boa parte das pessoas que julgamos.
Descoberto das minhas hipocrisias e dos meus uivos, posso agora ser uma ovelha verdadeira, e não apenas um lobo com aparência de cordeiro.
Só assim o homem conseguirá agir sem estar sob a pressão canina que existe dentro de si. Somente assim o homem poderá perdoar e amar sem realizar um esforço sobrenatural, porque a essência da ovelha é ir para o matadouro muda e calada. A essência da ovelha é morrer sem fazer barulho, e quando morremos para nós mesmos sem gritos e choros, somos herbívoros, porque a realidade canina foi sepultada junto com o lobo que descobrimos dentro de nós.
Este é o homem que nasce de novo. Infelizmente nem mesmo o batismo, nem um culto, nem um rito, nem uma consagração, nem uma benção papal, nem um reunião sobrenatural podem realizar esta metamorfose humana. Transformar-se em uma ovelha é uma escolha humana, até porque todos nascemos latindo e mordendo.
Que o pasto verdejante possa ser aquilo que nos alimenta. Quando isso acontecer estamos perto da realidade divina que fomos chamados a conhecer.
Ou seja, o que posso dizer para você é:
Vai pastar!!!
Uma reflexão tocante...trás uma revelação especial à nossa alma!Verdadeiramente diferente de tudo o que nos foi ensinado até hoje através da religião!
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