quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Entre o bem e o mal que existe em mim


Uma guerra está acontecendo em nosso interior.
Duas guerras mundiais. Inúmeros conflitos religiosos, políticos e sociais. A humanidade aprendeu a viver esta realidade conflitante ao longo de toda a sua história. Mesmo que o morro do alemão tenha sido pacificado, desconfio que a bandeira branca ainda não tremulou no interior do coração humano. Encontramo-nos entre as trincheiras e esconderijos dos pensamentos negativos que nos encarceram na realidade do, “e se tudo der errado?”
Embora essa interrogação pareça singela e inofensiva ela se parece como uma bomba em nosso coração frágil e sedento. Vive-se com medo daquilo que possa dar errado, e por isso estes pavores contemporâneos. Na verdade queremos nos esconder desta guerra, nos protegendo na mediocridade de pensamentos pequenos e sonhos viáveis. A esperança, antiga aliada, tornou-se terrível inimiga. Ela pode ser a mensageira de decepções! Enquanto este conflito do que pode acontecer de ruim e, o que realmente acontecerá, nosso intelecto trabalha contra nossa própria existência. Desconfio que nossos braços remam para o sul, não pela convicção de uma escolha, mas pelo discreto medo que o norte pode oferecer.

Para qualquer pensamento bom, existem uma enormidade de virgulas, interrogações e alguns “mas”, “entretantos”, e “todavias”. O pavor nos deu uma forma de ser “realista”, mas na verdade isso é apenas um sinônimo para nosso tão inescrupuloso pessimismo. Logo que algo maravilhoso surge na mente humana, os leucócitos do pessimismo parecem combater essa tão bruta e suposta felicidade, como se ela fosse um vírus, uma bactéria, um câncer. De certa forma, este contexto destrutivo atua em algum lugar do nosso ser. Existe algo muito forte da parte do “não”, combatendo nossos “sims”. Que grande exército permanece dentro de nós, preparado para lutar contra toda forma de bondade que possa querer invadir nosso coração. Talvez, por isso, seja tão difícil perdoar alguém. O rancor possui um material bélico suficiente para destruir qualquer rebelião benigna que possa acontecer dentro de nós. Estamos armados contra nós mesmos. Estamos lutando contra os sentimentos mais belos e maravilhosos. Guerreamos para não sorrir, para não abraçar, para não perdoar, para não amar, para não, não e não. Temos medo do bem, não porque ele nos cause mal, mas porque temos a convicta certeza que um dia ele morrerá assassinado em qualquer beco do nosso tão violento coração. Prefere-se a certeza de um não do que lidar com a dor de uma decepção.
A começar pelos mares e rios. Na camada de ozônio, na extinção dos animais e plantas. No desafeto, nas separações, nos assassinatos, nos sequestros e estupros.  Pela mentira, corrupção ou pelo simples vazio de quem passa o dia assistindo televisão. Nós estamos destruindo mais do que construindo. Isso é uma realidade.

Se o homem mostrou-se corajoso a ponto de tirar a vida do seu próximo, o que este ser não é capaz de realizar nas entrelinhas e nas trincheiras da sua violenta maneira de pensar? Aos poucos destruiremos tudo. Neste mundo restará apenas a lembrança de que um dia existiu algo de bom. O mal está vencendo o bem? Esta resposta é afirmativa, e ela acontece dentro de cada um de nós. Não porque Deus seja indiferente ou pouco poderoso, mas porque nos morros da nossa mais intima maldade surge a força de um exército organizado e forte o suficiente contra toda forma bonita, divina e boa de se viver.

O segredo para este tão grande conflito em nosso ser é compreender que ele existe, que é real e permanente. Basta existir um pensamento bom, uma ideia benigna, um coração divino. Um alguém em que o seu bem foi mais forte do que o mal, porque todos possuem essas duas realidades. Pensamentos muito ruins e, outros muitos bons, podem estar simultaneamente acontecendo dentro da mente humana. Qual exército está mais fortificado dentro de nós?

Meus amigos! Não se deixem vencer pelo mal. Mas vençam o mal com o bem. (Romanos 12;21)

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