quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A morte não é o fim...


Texto escrito em homenagem as lembranças que meu amigo Evandro Soares, nosso carinhoso "vandico" deixou em meu coração. A certeza da tua ressurreição no último dia acalenta meu coração, porque então nos abraçaremos novamente, e no lugar das angústias e das lágrimas que um dia compartilhamos, estará a glória, o amor, e a alegria eterna.

Diante da morte que chega como uma noticia inesperada, os pensamentos mais sóbrios desaparecem. Qualquer lucidez desfarela mediante interrogações que são respondidas por reticencias.  Não existe homem que não seja confrontado com este sentimento triste e subterrâneo de dar adeus.
Alguns tentam explicar que essa vida é uma passagem, mas isso não nos conforta. Elas sempre apontaram para porquês que possam acalmar a alma dos que ficam, mas jamais conseguiram refletir a alma de quem foi. Na verdade, a dor que nos engole é envolvida não pela perda por si só, mas pela dúvida do destino daquele que nos deixou.

No além não existe modernidade. As regiões do silêncio não são influenciadas pelos tempos, pelos dias ou pela evolução da humanidade. A morte continua pré-histórica nos engolindo das formas mais medievais e antigas. Por mais que a medicina tente impedir ou postergar esta realidade, todos nós teremos que velar um amor, enterrando histórias.
Não sei, mas desconfio que a busca humana por Deus se dê mais pelo medo da morte do que com amor à vida. Então, por causa dessa realidade fúnebre que nos amedronta, cedemos ao entendimento que nos conforte da melhor maneira.
Diante de todas as ideias de “fim”, em minha opinião, não existe outra que supere aquela que está na palavra de Deus. Se este Deus descrito nesta palavra existe e for realmente inteligente como eu imagino que seja, partirei desta terra para nunca mais voltar. Não renascerei novamente para enfrentar as perdas das pessoas que amo. Para mim, basta uma vida para ser feliz, e para esgotar todas as formas de confrontar as mais profundas dores. Esta terra não se parece com um joguinho de vídeo game em que se passa de fase e se conquista vidas através da nossa própria destreza. Se Deus é infinito e nos chamou de filhos, ele não faria esta brincadeira de mau gosto. Se ele realmente é eterno, e nós somos sua imagem e semelhança, então dentro do nosso ser habita a essência divina que nos eterniza através da sua própria eternidade.
Existindo esse Deus que creio, romperei com este mundo para nunca mais voltar. A esperança que me impulsiona a viver é a convicção do eterno. A certeza de outro terreno onde não existem lágrimas, nem medos, nem cifras, nem teres.
A dor da morte não pode ser acalentada por nada que flui da mente humana. Por isso, não existe nada melhor que Cristo para esta realidade. Ouso acreditar nele, porque  Ele não pegou "emprestado" o corpo de ninguém, muito menos foi cativo de algum ritual feito por homens. Ele teve poder por si só em romper com a morte e voltou a este lugar de mentiras e invejas, para que nós pudéssemos morrer sem a triste e pesarosa realidade de retornarmos outra vez a este mundo sem valores, mas cheio de preços.
Jesus enfrentou o silêncio misterioso e amargo da morte. Durante três dias o mundo acreditou que havia chegado o fim de todas aquelas palavras e ideias. Mas num domingo pela manhã, ainda quando os pássaros estavam sonolentos, uma pedra foi removida. O corpo daquele homem resistiu a decomposição, ressurgindo com glória. Ele então ceou com seus amigos para mostrar ao homem que a morte perderia o sinônimo de fim. Diante da tumba vazia e de ossos que nunca serão encontrados, o mais famoso personagem da história comprovou sua vida através da morte, nos dando certezas da eternidade, do poder da obediência e da profundidade do amor.
Muitos homens venceram grandes desafios, mas qual outro homem teve a coragem de enfrentar tamanho obstáculo? ...
Termino com a frase típica do meu grande amigo, que juntos pelas madrugadas na concentração ou nos momentos que antecediam jogos importantes me abraçava e dizia: "Tico, Jesus é fera demais!", e eu respondia: "é verdade Vandico...é verdade!"

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