quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Titanic

“Nem Deus afunda”.

Esse jargão que defendeu a grandeza do maior transatlântico construído no inicio do século XX inspirou os religiosos a exemplificarem a grandeza de Deus.

"Viu só o TITANIC afundou porque zombou do poder de Deus!"
Certamente se essa frase foi verdadeira, foi de uma infelicidade muito grande, e quem a fez, perdeu a oportunidade de ficar calado.
Entretanto, será que todas as pessoas que estavam à bordo daquele navio merececiam então morrer congeladas pela imbelicidade de um homem?
Este reflexo divino que afunda um navio porque sua moral foi ferida, é o espelho do deus que os homens criaram. Este deus vaidoso que precisa mostrar a sua força tem muito mais a ver comigo,do que com os atributos do Cristo ressuscitado.
Se Deus realmente fosse assim, a religião e seus líderes já estariam nos mais profundos mares deste planeta.
O que realmente acontece na vida do homem é que a sua auto-suficiência o faz perder a concentração nos detalhes. Certamente se o Titanic fosse um navio menor e que “Deus pudesse o afundar” os homens estariam mais atentos aos icebergs, e às surpresas de uma viagem oceânica merece. A vida é assim, quando o homem encontra a auto-suficiência ele começa a perder a controle dos detalhes, das coisas pequenas, e isso faz com que os navios afundem.

Edificar algo grande é sempre um desafio! Se alguns detalhes afundam um Titanic, imagine o que acontece com uma pessoa qualquer?

“Enquanto eu era, Deus não era. Quando eu não era mais, Deus passou a ser”.

Enquanto o homem encontra em Deus a culpa das tragédias, eu encontro no homem a razão dos nossos naufrágios.
Este ser vaidoso que se levanta do trono para afundar um navio, só pode ser invenção da mente humana. Deus não é assim. O pensamento humano de “sermos alguma coisa muito grande”, fez Deus não ser mais nada. E essa grandeza quando está sobre os ombros humanos e não divino, é uma tragédia anunciada.

O Titanic se afundou desde o dia que ainda estava por sobre as águas geladas do Atlântico, bebericando bebidas destiladas, festejando musicas empolgantes, e deixando os ventos serem o leme daquele que seria um dos maiores naufrágios da história.
Muitas pessoas talvez ainda não afundaram, mas despreocupadas com os pequenos detalhes que um casamento, que uma profissão, que uma empresa, que um filho merecem, qualquer um e até mesmo um grande navio, é capaz de visitar o fundo do mar, e levar todas as pessoas à morte.

Deus é o culpado dos nossos naufrágios?

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