quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Brasil nas eleições

A cada dia que passa estamos mais adaptados na realidade que vivemos. Uma realidade onde o sistema tem o poder, e nós somos meros participantes de um circulo padronizado de vida.
Como se estivéssemos dentro de um labirinto, sem saída. A realidade de vida no Brasil é como de uma boiada em direção ao matadouro.
Quem não se encaixa nesta realidade ta fora da brincadeira.
Lidar contra o sistema é idiotizante. Porque é idiotizante negar benefícios próprios!

Quem pode negar o gato das TVs por assinatura? E as apreensões da receita federal, revendidas pela metade da metade do preço?
Certa vez, um certo homem, me ofereceu um celular com nota fiscal. O celular custava em torno de 1.400 reais, e ele estava me oferecendo por 600. Perguntei a ele, qual era o lucro que ele estava tendo, para me vender um produto daquela forma.
Ele esbravejou, dizendo que as formas que ele usava para lucrar não eram do meu interesse. Logo percebi que havia algo de muito errado e o questionei. Ele nunca mais apareceu. Certamente comprou aqueles celulares prejudicando outras pessoas, para que eu pudesse ser o beneficiado.
O sistema se alimenta dos seus estatutos. Ele rouba, ele escraviza. Ele mata, mas ele “beneficia”.
Ele rouba o seu carro, e revende as peças pela metade do preço, lá no mercado negro onde você sempre compra seus acessórios.
Nós estamos todos corrompidos pelo sistema, que ora nos “beneficia”, ora nos estupra, nos assassina, nos seqüestra.
Os maiores patrocinadores do tráfico, diferente do que alguns acham, não são os pobres, e os miseráveis favelados do rio. Quem alimenta o trafico, meus amigos, são os filhos dos governadores, dos oficiais de justiça, e dos empresários. São os playboys de Copacabana e não os miseráveis de Vidigal que pintam um futuro mais desumano e trágico para o nosso amanha.
Eles que pedem paz, com camisas brancas pelas manhas, mas à noite estão fumando maconha e fazendo bacanais de prostituição.
Tudo uma grande hipocrisia é esta sociedade que se escandaliza com os políticos. Quem é capaz de comprar um computador contrabandeado em beneficio próprio é capaz de qualquer coisa.
Mesmo diante da exorbitante e corrupta carga tributária, mesmo diante todos os escândalos e roubos, mesmo diante todas estas coisas, nada é desculpa para sermos iguais a eles.
Entre esta “moralidade” de que tanto vemos em dias de eleições está uma tonelada de interesses, de contrabandos, de vagabundagens, porque nós brasileiros somos “malandros” e esse jeitnho que nós temos, é nada mais nada menos do que uma forma de adequarmos ao sistema que todos nós estamos inclusos.
Entre todos os “pecadinhos” obscuros que cometemos está a mesma essência dos escândalos que tanto nos escandalizam nos tele jornais.
Arnaldo Jabor escreveu com maestria uma crônica sobre o brasileiro. Confesso que muitas vezes abordei estas questões, mas fui reprovado, “Ideologista demais”.
Mas, a cada dia que passo, em todos os clubes que eu vou, sempre tem alguém oferecendo um celular pela metade do preço, uma roda roubada, um notebook sonegado, um tênis contrabandeado. Todos saem ganhando, mas na verdade, todos estão perdendo. Na verdade, alguém está ganhando muito mais por trás de tudo isso, e existe outro alguém, que está perdendo muito mais, e essas pessoas, nós nunca vamos as conhecer.
O que importa?
Importa que eu ganhe, independente de quem esteja perdendo!
Para alguém estar cheirando cocaína no Leblon, alguém teve que morrer na rocinha.
Para alguém morrer de overdose em Boa Viagem, alguém ficou rico no morro do Alemão.
Sempre vai existir alguém ganhando, e o outro perdendo. A grande verdade, é que a vitória é ilusória, mas a morte é certa.
Ninguém sai vivo e ileso.
Quem está na favela se adaptou a favela para viver. Quem está em Copacabana copacabaneado está. O homem tornou-se refém do meio, e o homem que não pode influenciar o seu meio, está fadado a ser um produto do mesmo.
Vivemos uma forma padronizada de viver, sistematizados, e isto tudo em prol da sobrevivência.
Se sairmos dessas condições, estamos correndo perigo.
Quem poderá encontrar a saída deste labirinto?

Você Dilma? Ou você Serra?

Vocês são apenas frutos dos meios que vivem, e jamais poderão influenciar, porque influenciados estão.
Existe resposta para esta pergunta?

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