Deus
fez o homem a sua imagem e semelhança. Até aí tudo bem. O problema é que os
seres entre si também são semelhantes, mesmo ante a diversidade de raças,
cores, culturas, habilidades, inteligências, credos, ideologias, sexo.
Nessa
semelhança e na diversidade de elementos está a inteligência da criação. Não
são seres diferentes tentando fazer coisas parecidas, mas seres semelhantes
vivendo diversas experiências, falando muitas línguas, vivenciando múltiplas ideias,
reinventando novas perspectivas. O homem jamais entendeu isso. Arrisco-me dizer
que, por isso este planeta está repleto de sangue e dor, e isto, não é a ausência
de Deus, é a insuficiência humana em compreender a diversidade das semelhanças
e delas extrair tudo que complementa a existência de cada um.
O
ser humano é semelhante para que se enxergue no outro e diverso para que o
complemente. Esta ótica permite, ou melhor, devolve ao homem a capacidade de enxergar no outro um próximo.
Viver
em comunidade sem a diversidade é como estar numa floresta de uma árvore, num
rio com apenas um peixe, num céu com um único passarinho. As espécies se completam, estão em cooperação, mas os humanos ainda estão capengando nesta cadeia de mutualidade.
A grande crise humana, infelizmente, é o desejo desesperado em se tornar diferente do próximo. A religião tem sido desde então, a grande vilã de toda esta realidade na história. A diversidade de pensamento e conduta sempre lhe foi grande ameaça. Algumas centenas de anos afundados nessa tormenta religiosa foram suficientes para que o homem coubesse dentro de uma caixa de dogmas e Deus dentro de rituais litúrgicos. O homem moderno é religioso desde que Deus não atrapalhe sua crença.
Diriam as mulheres que todos os homens são iguais. Talvez elas estejam certas. Somos iguais naquilo que deveríamos ser diversos e diferentes naquilo que fomos feitos semelhantes.
A grande crise humana, infelizmente, é o desejo desesperado em se tornar diferente do próximo. A religião tem sido desde então, a grande vilã de toda esta realidade na história. A diversidade de pensamento e conduta sempre lhe foi grande ameaça. Algumas centenas de anos afundados nessa tormenta religiosa foram suficientes para que o homem coubesse dentro de uma caixa de dogmas e Deus dentro de rituais litúrgicos. O homem moderno é religioso desde que Deus não atrapalhe sua crença.
Diriam as mulheres que todos os homens são iguais. Talvez elas estejam certas. Somos iguais naquilo que deveríamos ser diversos e diferentes naquilo que fomos feitos semelhantes.
Este fato desenvolveu um outro problema. O senso de complementaridade.
O homem se tornou um suicida de alma, de espírito. Um ser só, que, em meio ao paraíso, clama por
alguém “osso dos seus ossos, carne da sua carne”. O mundo parece ter girado o
suficiente para que bilhões de pessoas estejam competindo, lutando e destruindo
umas as outras, seja no trabalho, no colégio, na faculdade ou na igreja. Certo estava Isaias quando alertou, "Abocanha à direita e ainda tem fome, devora à esquerda e não se farta; cada um come a carne do seu próximo". (Isaías 9;20)
O homem se tornou seu maior inimigo e agora procura desesperadamente por um semelhante para chamar de amigo. Estes somos nós. Homens que desejam ser diferentes, mas que sofrem as angustias de não encontrar semelhantes.
No próximo texto, a solução desta problemática na ótica da redenção e a esperança de todo aquele que é semelhante, mas que vive num mundo de diferentes! Beijos
Yuen Long, 22/04/2014
Carlos Augusto Bertoldi
O homem se tornou seu maior inimigo e agora procura desesperadamente por um semelhante para chamar de amigo. Estes somos nós. Homens que desejam ser diferentes, mas que sofrem as angustias de não encontrar semelhantes.