domingo, 31 de agosto de 2014

Aos jogadores de futebol que desejam glorificar a Deus em sua profissão



Eis uma questão que irá causar polêmica, mas a vida em Cristo é a selvageria de tudo que foi domesticado pelo homem.


“Graças a deus”. Assim como começa e termina grande parte das entrevistas dos jogadores de futebol no Brasil. Até aí, tudo bem, até porque o “graças a deus” é tão usual quanto um palavrão na boca dum qualquer.

No entanto, é notável o desejo dos atletas profissionais em evidenciar sua fé e manifestar seu deus, sua crença, sua religião. O deus dos atletas profissionais possui algumas características. É recompensador de quem merece. É um deus fiel de quem é fiel. Não é um ser que derrama chuva por todos e sobre todos, mas é alguém que, ao ser agradado se torna bondoso e agraciador.
Mas, pode um homem ser fiel a Deus para que Deus fique em débito? Pode o ser humano gerar um crédito a ponto de Deus ter a obrigação de retribuir? O que move a “fidelidade” de um atleta? A retribuição de algo que deseja dentro do campo ou é apenas a sincera expressão de amor e gratidão?

Quais são as lentes pela quais os atletas enxergam Deus?  Como filho ou como profissional do esporte?
De fato esta é uma questão importante. No entanto, o que chama atenção são as formas e maneiras de expressar gratidão a este deus que os possuem.

Mãos para o alto, tatuagens, rosários, entrevistas. Os atletas querem expressar sua fé, mas em muitos momentos, revelam apenas a superficialidade de uma crença que se estabelece na barganha de relações comerciais do: “eu te dou uma coisa, mas você me devolve outra”. São diferentes religiões, mas o objetivo é sempre o mesmo. O próprio ventre.

É insuportável este script de fé, que começa com deus, passa pela fidelidade e termina com a vitória. .

Existe, de fato, muito de deus no coração dos jogadores e atletas em geral, mas muito pouco de Cristo, diria, quase nada.

Os lábios até falam em gratidão e os dedos apontam para o alto, mas o coração cheio de vaidade e orgulho desfila ódio e indiferença quando aparece na segunda feira para treinar.

Esta contradição entre a relação que os atletas religiosos possuem com seu deus e a relação que estabelecem com as pessoas é que confronta este modelo de fé.

Enfim, é uma grande vitória profissional fazer um gol importante e levantar os dedos para o alto, mas mais extraordinário é ser gracioso o suficiente para ficar no banco de reservas sem ser arrogante. ”Glorificar” Jesus com palavras em um microfone é um discurso bonito, mas viver em harmonia com o Espírito do Cristo que é impactante. É muito legal poder estampar na camisa “Jesus te ama” para as multidões em um domingo de estádio lotado, mas exercer o amor, o respeito e o serviço no anonimato de uma segunda qualquer é manifestar a semelhança de Jesus.

O conceito de vitória, então é transformado pelo viver em Jesus e entende-se que este Deus não se mede por resultados. Ele é imensurável. Não está o Criador zelando pela profissão de um atleta, mas pela vida de um filho.
E todo aquele que compreende esta verdade se torna um servo inútil sem créditos, nem merecimentos. Não se angustia em manipular Deus em seu próprio benefício, mas se regozija em viver Deus para o bem da humanidade. Ser mais que vitorioso não tem nada a ver com os troféus, mas pelo profundo compreender que o melhor não está em um momento profissional do futuro, mas esteve numa manjedoura, depois numa cruz, e agora está num presente continuo e eterno que atende pelo nome de Cristo.

O mundo está desesperado e ansioso, e isto não por palavras que saem da boca ou por dedos e mãos que apontam para o alto, mas pela manifestação de um filho de Deus, e que este, seja de fato, semelhante a Jesus.
Carlos Augusto, 31/08/2014
Curitiba, Paraná